Gaeco investiga desvios de recursos e outros crimes em cooperativa agrícola

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu nesta quarta-feira, 23 de abril, nove mandados de busca e apreensão e 22 mandados de imposição de medidas cautelares diversas da prisão em ações da Operação Proteus, que apura possíveis práticas de crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro por integrantes da cúpula diretiva de uma Cooperativa em Londrina.

As investigações tiveram início após o recebimento de informações pela Coordenação Estadual do Gaeco, que relatava suposto desvio de dinheiro oriundo da venda de parte da Confepar Agro-Industrial Cooperativa Central para uma empresa multinacional, a Lactalis.

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Após a realização de diversas diligências, que incluíram a quebra de sigilos bancário e fiscal, verificou-se que o presidente, o gerente administrativo-financeiro e um dos conselheiros administrativos da Cativa teriam se apropriado indevidamente de valores que ultrapassam R$ 18 milhões oriundos da venda da área de laticínios da Confepar, que integra o Grupo Cativa. O esquema criminoso teria trazido prejuízo para cerca de 10 mil cooperados.

Para operacionalizar o desvio dos valores, os investigados teriam constituído empresas “fantasmas” em nome de “laranjas” e emitido notas fiscais de prestação de “serviços de agenciamento, corretagem e intermediação de negócios”, que nunca foram efetivamente prestados para a Cativa. A manobra seria adotada para justificar a saída do dinheiro do caixa da cooperativa.

A investigação também visa esclarecer suposto desvio de dinheiro pelos membros efetivos e suplentes dos conselhos Fiscal e Administrativo da Cativa, que seriam responsáveis pela aprovação das contas da empresa e que teriam recebido, cada um, valores próximos de R$ 100 mil.

Aquisições – Quanto ao aspecto patrimonial, as diligências constataram que, logo após os supostos desvios, o presidente, o gerente administrativo-financeiro e o conselheiro administrativo da Cativa adquiriram imóveis rurais, imóveis urbanos e veículos de luxo.

O Juízo da 2ª Vara Criminal de Londrina determinou o sequestro de aproximadamente R$ 20 milhões, 19 imóveis, dez créditos imobiliários decorrentes da aquisição de imóveis na planta e dez veículos automotores em nome dos investigados. Quanto às medidas cautelares diversas da prisão, a pedido do Gaeco, o Judiciário determinou a monitoração eletrônica dos investigados, seu comparecimento periódico em Juízo, a proibição de acesso ou a frequência nos prédios da Cativa, a proibição de manterem contato com os investigados e as testemunhas, a proibição de se ausentarem da comarca sem prévia e expressa autorização judicial e a suspensão do exercício de todas as atividades desenvolvidas na Cativa e na Confepar Agroindustrial Ltda. pelos investigados, incluindo matrizes e filiais e eventuais coligadas e controladas.

Processo 0021733-85.2025.8.16.0014

(Com Assessoria Comunicação MPPR)

 

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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