Estudo mostra os impactos da tecnologia para tornar a pecuária ainda mais eficiente

Fernanda Toigo

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Imagem: Freepik

O estudo conduzido pela Fundação Medicina Veterinária (FUMVET), em parceria com a GlobalGen Saúde Animal, demonstrou que a adoção da IATF na pecuária proporciona ganhos significativos em produtividade e sustentabilidade. A comparação entre a IATF e a monta natural dos touros revelou uma redução expressiva na emissão de gases de efeito estufa (GEE), com uma diminuição de até 49% na produção de carne bovina e 37% na de leite. A tecnologia melhora a eficiência reprodutiva do rebanho, permitindo maior aproveitamento genético e reduzindo a pegada de carbono por quilo de alimento produzido.

A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é uma técnica reprodutiva utilizada na pecuária para otimizar a fertilização de bovinos. Diferente da inseminação artificial convencional, a IATF permite que as fêmeas sejam inseminadas em um período programado, sem a necessidade de identificar o cio individualmente.

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A técnica envolve protocolos hormonais que sincronizam a ovulação das vacas, garantindo maior eficiência no manejo e aumentando a taxa de prenhez do rebanho. Além disso, a IATF contribui para o melhoramento genético dos animais, padronizando a produção de bezerros e reduzindo o tempo de abate.

Metodologia do estudo

O estudo avaliou dois cenários distintos: um baseado na monta natural e outro na IATF, considerando um ano zootécnico completo. A metodologia seguiu os princípios da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), conforme as normas internacionais ISO 14040/44/67 e o IPCC (2019), garantindo rastreabilidade e comparabilidade dos resultados em nível global. A análise incluiu emissões desde a produção dos insumos até o momento em que a carne e o leite saem da fazenda, convertendo todos os dados para quilogramas de dióxido de carbono equivalente (kg CO2eq).

Impactos da IATF na produção e pegada de carbono

Na pecuária leiteira, a inseminação artificial foi aplicada a 595 mil vacas em lactação, resultando em um aumento de 36% na produção de leite e na redução da pegada de carbono de 1,44 para 1,06 kg CO2eq por quilo de leite corrigido (FPCM). Esses ganhos foram atribuídos à redução da idade ao primeiro parto, à diminuição do intervalo entre partos e às melhorias genéticas obtidas com a técnica.

No setor de carne bovina, 4 milhões de vacas foram sincronizadas com IATF, aumentando a produtividade em 27% e reduzindo a pegada de carbono de 41,46 para 27,91 kg CO2eq/kg peso vivo. A idade ao primeiro parto caiu de 48 para 24 meses, a taxa de desmame cresceu de 60% para 80% e os bezerros passaram a ganhar mais peso, contribuindo para uma pecuária mais eficiente e sustentável.

Relevância da eficiência reprodutiva

Os pesquisadores reforçam que a eficiência reprodutiva é essencial para a sustentabilidade da pecuária. Menos vacas são necessárias para gerar a próxima geração de bezerros, reduzindo a demanda por recursos naturais e diminuindo as emissões de metano dos rebanhos. Além disso, a tecnologia se adapta a sistemas de manejo avançados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), aumentando ainda mais os benefícios ambientais.

Regionalização e certificação sustentável

A pesquisa destacou a importância da adaptação dos dados às condições brasileiras, considerando a diversidade dos biomas nacionais. Para garantir resultados representativos, os pesquisadores utilizaram bancos de dados nacionais e informações de propriedades das principais regiões produtoras. Essa abordagem fortalece a inserção da pecuária brasileira em cadeias globais que exigem rastreabilidade e permite sua participação no mercado emergente de créditos de carbono.

O estudo evidencia que a biotecnologia da IATF não apenas aumenta a eficiência produtiva, mas também reduz significativamente a pegada de carbono da pecuária. Como resultado, a técnica pode desempenhar um papel fundamental na certificação sustentável e na construção de uma pecuária mais alinhada às exigências globais por alimentos responsáveis.

(Com Forbes Agro)30

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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