Colheita da Noz-Pecã marca nova fase após desafios climáticos

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Ato simbólico foi realizado em propriedade de Glorinha - Foto: Divulgação Seapi

A cerimônia da 7° Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã, realizada na sede da Nozes Glorinha, em Glorinha, nesta sexta-feira (11/4), iniciou com palestras técnicas e uma roda de conversa sobre o setor, seguida da solenidade oficial com as autoridades. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Edivilson Brum, presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Claiton Wallauer, o prefeito de Glorinha, Leonardo Carvalho, e outras autoridades estiveram presentes.

O Rio Grande do Sul é responsável por 92% da área plantada e 88% da produção de pecã no Brasil, com 6.373 hectares e 1,5 mil produtores cadastrados. A maior área plantada está em Cachoeira do Sul e o maior número de produtores está localizado em Anta Gorda.

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O secretário da Agricultura destacou que a pecanicultura é uma cultura jovem, mas que o Rio Grande do Sul já é o maior produtor do Brasil e quarto do mundo, sempre com o intuito de agregar valor no que produzimos. “Nossa meta é incentivar a irrigação. Ela é fundamental e nós temos um percentual de apenas um dígito de lavouras irrigadas no Estado.  Esse será o nosso desafio número um, porque também sabemos a importância da irrigação para o cultivo da noz-pecã e vem ao encontro desse projeto que é estratégico para o governo”, ressaltou Brum.

O extensionista da Emater, Antônio Carlos Leite de Borba, apresentou um resumo do diagnóstico da pecanicultura no Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada em 2024, em parceria com a Seapi, Embrapa e Emater. Entre os principais dados apresentados estão que a cultura da pecã é feita, em sua maioria, por pequenos agricultores familiares, que comercializam diretamente ao consumidor. O estudo também apontou que o preço da fruta pago ao produtor é baixo, que há falta de acesso a equipamentos e mão de obra qualificada.

O presidente do IBPecan destacou o dado da pesquisa da Emater que mostrou que a pecã é produzida por pequenos produtores e agricultura familiar. “E para muitos deles, hoje, a pecan já é o principal retorno financeiro de suas famílias. Isso é muito interessante, porque traz para a pecã uma pulverização muito grande”, afirmou. Wallauer disse, ainda, que o crescimento que o setor está alcançando é muito em decorrência do apoio das pessoas presentes.

O pecanicultor Karion Minussi, anfitrião da Abertura da Colheita da Noz-Pecã, falou na necessidade de o produtor ter resiliência perante às dificuldades climáticas que comprometem a produção. Minussi lembrou que a menos de um ano “juntava os cacos da enchente de maio” que prejudicou a fruticultura como um todo. Há 15 anos trabalhando com noz-pecã, o produtor aprendeu que conhecimento é importante. “Porém, é fundamental saber o que fazer e como aplicar esse conhecimento. Levar a informação confiável para dentro do pomar, para entender como agir em situações adversas, sobretudo, usar o conhecimento com sabedoria”, pontuou, dando um exemplo: “saber que tomate é fruta é conhecimento, porém, não colocar tomate na salada de fruta é sabedoria”. Minussi lembrou a importante participação da Seapi no assessoramento técnico aos pecanicultores. Também referiu a expectativa de boa safra para a pecanicultura este ano, após dois anos ruins.

A 7° Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã é uma realização da Seapi, do IBPecan, da Emater e da Prefeitura Municipal de Glorinha. O apoio é da Embrapa e da Nozes Glorinha.

(Com Seapi)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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