PEIXES NATIVOS: Rentabilidade, mas com recuo da produção

Fernanda Toigo

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Foto: Reprodução

Em um ano de fatores conflitantes, a produção de peixes nativos recuou 1,81%, fechando 2024 com 258.705 toneladas, aponta levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Esse resultado mostra uma tendência preocupante de queda, suave mas constante, da produção nos últimos anos. Com isso, os nativos passam a representar 26,71% da produção total de peixes de cultivo no país.

Não se pode dizer, no entanto, que 2024 tenha sido um ano negativo para os produtores de nativos. A demanda foi boa e os preços também. Porém, preocupa o recuo da oferta na região norte.

“Esse cenário tem sido recorrente nos últimos anos. Bom pelo lado das cotações mas ruim pelo lado da produção. Tal situação torna-se mais delicada num cenário de crescimento do consumo de peixes de cultivo em detrimento dos peixes de captura. E no Brasil, onde o consumo per capita é inferior à média mundial, há todas as condições para aumento da demanda. Ou seja: é preciso união de todos os envolvidos, incluindo os órgãos públicos responsáveis, para que os nativos retomem o ritmo de crescimento da oferta, pois o produto é de excelente qualidade e há mercado para conquistar”, analisa Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.

A produção de peixes nativos está concentrada na região norte do país. Ano após ano, porém, os números recuam em praticamente todos os estados, mostrando que é preciso ter uma ação combinada entre poder público e iniciativa privada, como defende o presidente da Peixe BR. Infelizmente, os exemplos positivos ainda são poucos.

“Os peixes nativos são essenciais não apenas para consumo da população da região norte. Eles têm um grande potencial para exportação, inclusive para outros países. Num momento em que as pessoas buscam alimentação saudável, os nativos têm uma oportunidade real de crescimento”, diz Medeiros.

 

OUTRAS ESPÉCIES

Números ainda são modestos, mas produção avança

Puxado pelo pangasius, o segmento de outras espécies teve crescimento consistente em 2024, avançando 7,5% no ano e fechando com produção de 47.810 toneladas. Com esse resultado, pangasius, carpas e trutas, especialmente, representam, juntos, 4,93% da produção brasileira de peixes de cultivo.

O percentual permanece estável nos últimos anos, o que é positivo, uma vez que a tilápia vem conquistando espaço. “Obviamente que o ideal é que todas as espécies avancem ano após ano. No caso desse segmento em especial, a chegada recente do pangasius deu novo vigor, tendo em vista que carpas e trutas têm oferta mais ou menos estável”, explica Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), responsável pelo levantamento e elaboração do Anuário Peixe BR 2025.

Nesse cenário, merece destaque o crescimento da produção de pangasius no nordeste – especialmente no Maranhão, responsável pelo salto de 74% entre 2023 e 2024. Já o líder entre as outras espécies, Rio Grande do Sul, teve queda de 11,76% na oferta.

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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