Caminhoneiros se sacrificam para levar produtos ร  mesa do consumidor

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Comunicaรงรฃo Ceasa

Responsรกveis por transportar mercadorias de quase todos os cantos do paรญs, os caminhoneiros que abastecem a CEASA/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) sacrificam o convรญvio diรกrio com a famรญlia, os amigos e atรฉ o conforto, para trazer as frutas, verduras e legumes que chegam ร  mesa do sul-mato-grossense.

Rotina intensa โ€“ย O motorista Cleder Konig traz frutas do Nordeste para a CEASA hรก trรชs anos. Natural de Chapecรณ, Santa Catarina, o caminhoneiro percorre cerca de 5,7 mil quilรดmetros atรฉ chegar ร  capital de Mato Grosso do Sul.

Clima adverso afeta safra de cafรฉ

โ€œEu subo carregado para o Nordeste, lรก descarrego a mercadoria e recarrego com frutas em cidades como Juazeiro, Petrolina e desรงo direto para cรก. Carrego melรฃo, ร s vezes carrego uva, manga. Trago bastante banana tambรฉmโ€, comenta.

Cleder conta que o trajeto atรฉ a CEASA, saindo de Mossorรณ (RN), cidade mais distante de onde ele carrega, pode demorar atรฉ 4 dias. Nas Centrais, o descarregamento nem sempre รฉ imediato; varia de acordo com a quantidade de caminhoneiros que estรฃo na fila de espera.

O movimento na CEASA รฉ de aproximadamente 1,5 mil veรญculos, sendo grande parte composta por veรญculos pesados, como caminhรตes e carretas, repletos de hortigranjeiros.ย Para quem vive na estrada, a espera faz parte da rotina, comenta o motorista:

โ€œPode chegar a dois, trรชs dias de espera, mas รฉ porque tem vรกrios outros caminhรตes para descarregar, nรฃo รฉ? Dependendo da fruta que a gente transporta, รฉ mais rรกpido para descarregar, pois sรฃo alimentos perecรญveis. Mas tambรฉm depende do tamanho da fila, รฉ normal, tem que esperarโ€, completa.

De Campo Grande, o motorista sai carregando mercadorias em outras cidades atรฉ, enfim, retornar para casa e poder reencontrar a esposa, a filha de 13 anos e o menino de 10. Cleder รฉ caminhoneiro hรก 15 anos, perรญodo em que ele e a famรญlia tiveram de se adaptar ร  rotina exaustiva do ofรญcio.

โ€œร‰ sofrido, mas รฉ bomโ€, sorri.

Jรก o corumbaense Manoel Tomicha, de 60 anos, percorre uma distรขncia mais curta; ele busca na CEASA os hortifrรบtis que abastecem supermercado de Corumbรก. Sรฃo 854 km percorridos e mais de 10 h de viagem, considerando o trajeto de ida e volta. Manoel voltou ร  funรงรฃo apรณs uma pausa forรงada durante a pandemia.

โ€œEu levava a mercadoria para as minhas filhas, que faziam feira em Corumbรก, mas daรญ veio a pandemia e o movimento foi diminuindo bastante. Foram 10 anos levando verduras da CEASA para lรกโ€, conta Manoel.

Mas a crise sanitรกria nรฃo tirou do motorista a vontade de continuar se dedicando ao trabalho de motorista. O convite para voltar a ser freteiro foi o โ€œempurrรฃozinhoโ€ que ele precisava para retornar ao ofรญcio do qual sempre se orgulhou.

โ€œAntigamente eu trabalhava praticamente por conta prรณpria, tinha caminhรฃo, mas hoje presto serviรงo para essa empresa. Eu sempre gostei de ficar na estradaโ€, acrescenta Manoel.

Do campo para a mesa do consumidor

Centenas de outros profissionais dedicados, como Manoel e Cleder, tambรฉm trazem hortigranjeiros do PR, GO, SC, RS, BA, ES, RN, CE, PA, MA, PI, TO, MT, RO, PB, DF, SE, AL e atรฉ do exterior.

Em 2024, 86,83% das mercadorias comercializadas na CEASA, vieram de outros estados do paรญs e atรฉ do exterior. Toda essa mercadoria รฉ transportada pelas rodovias do paรญs.

Ao todo, em 2024, os produtores e permissionรกrios comercializaram 216 mil toneladas de produtos na CEASA/MS. O estado com maior participaรงรฃo foi Sรฃo Paulo, com 64.011 toneladas, que representam 29,51% do total comercializado.

Minas Gerais, com 32.294 toneladas, e Mato Grosso do Sul, com 28.567 toneladas de hortigranjeiros, completam o ranking dos maiores estados fornecedores para a CEASA/MS no ano passado.

(Com Ceasa)

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciรชncias Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veรญculos de comunicaรงรฃo impressos. Atuou na Assessoria de Comunicaรงรฃo para empresas e eventos, alรฉm de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuaรงรฃo. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relaรงรฃo com o Jornalismo especializado, com รชnfase no setor do Agronegรณcio.

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