Alta do cacau impacta custos e vendas da Páscoa

Fernanda Toigo

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A escalada global de preços do cacau, com aumento de cerca de 180% em dois anos, está impactando diretamente os custos dos produtos para Páscoa e na produção constante do setor chocolateiro. A alta foi especialmente marcada no segundo semestre do ano passado, devido à quebra de safra em grandes produtores africanos, como Costa do Marfim e Gana. Esse cenário de instabilidade persiste, com fatores climáticos, como ondas de calor e seca, dificultando a recuperação.

No Brasil, que ocupa o sexto lugar no ranking mundial de produção de cacau, há perspectivas otimistas de aumento da safra após quedas consecutivas. A maior parte da produção concentra-se nos estados do Pará e Bahia. Investimentos em áreas não tradicionais, como o Cerrado baiano, além do uso de tecnologias avançadas, estão impulsionando essa recuperação. O setor também observa maior processamento interno do cacau, gerando produtos com valor agregado, tanto para exportação quanto para o mercado doméstico.

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Por outro lado, o aumento nos preços dos derivados do cacau já é sentido por consumidores e pequenos produtores. Empresas têm adotado estratégias como a diversificação de portfólio para lidar com os custos elevados. A chef Dayane Cristin exemplifica os desafios enfrentados pelos pequenos empreendedores, com pesquisa semanal de insumos e aumento no preço de seus produtos. Apesar das dificuldades, ela permanece animada com as vendas de Páscoa, que representam uma oportunidade de bons resultados financeiros.

Adaptações na cadeia produtiva também incluem melhorias tecnológicas que promovem ganhos em produtividade e eficiência. Técnicas avançadas na quebra, fermentação e armazenamento do cacau estão contribuindo para a qualidade e posicionamento de mercado do produto brasileiro. Além disso, acordos de cooperação internacional com países africanos foram firmados, buscando aumentar a renda dos produtores e fortalecer o setor globalmente.

A previsão para o setor chocolateiro, porém, é de retração na produção de ovos de Páscoa, com redução de aproximadamente 20% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a expectativa é de maior contratação de trabalhadores temporários. O aumento dos preços no varejo e as incertezas econômicas estão obrigando o setor a ajustar estratégias de produção e vendas para atender à demanda de forma mais eficiente.

(Com Agência Brasil)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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