Agro perdeu R$ 300 bi em dez anos por eventos climáticos extremos

Um dos desafios é a ampliar áreas com irrigação

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

FOTO: ASSAF SAAB DE SOUZA

A sustentabilidade se destaca como um dos temas centrais nas palestras e debates do Agro na Arena Agrodigital durante a Expodireto Cotrijal 2025, um evento que reúne especialistas, empresários e líderes do setor agropecuário para discutir inovações e desafios do agronegócio. O empresário Paulo Herrmann, que atualmente ocupa o cargo de diretor executivo do Sistema FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), fez um apelo contundente ao público presente, enfatizando a urgência de se encontrar soluções eficazes para os problemas relacionados às estiagens que afetam o Rio Grande do Sul.

Durante sua fala, Herrmann destacou que a irrigação se configura como o principal desafio a ser superado para garantir a produtividade e a sustentabilidade da agricultura na região. Ele enfatizou a necessidade de um esforço coletivo, envolvendo tanto o setor privado quanto o público, para desobstruir os entraves legais que dificultam o avanço dos investimentos em infraestrutura de irrigação. “Precisamos desobstruir questões na legislação e também mostrar para a sociedade que o agricultor só toma emprestada a água utilizada na irrigação, pois ela retorna depois para a natureza”, explicou, ressaltando a importância de uma compreensão mais ampla sobre o ciclo da água e seu uso responsável.

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Além disso, Herrmann trouxe à tona um dado alarmante: entre 2013 e 2023, o Brasil perdeu impressionantes R$ 300 bilhões na agropecuária devido a eventos climáticos extremos, como secas severas e inundações. “É um sofrimento desnecessário, pois temos água suficiente, mas precisamos mudar o discurso de reclamação sobre a falta de água para a ação”, destacou, sugerindo que a mudança de mentalidade é crucial para enfrentar os desafios hídricos. Ele também mencionou o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do mundo, como uma potencial fonte de abastecimento para o Centro-Sul do país, enfatizando a necessidade de um planejamento estratégico para sua utilização sustentável.

A mensagem de Herrmann ressoou entre os participantes, que reconheceram a importância de unir esforços para promover práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes, capazes de enfrentar as adversidades climáticas e garantir a segurança alimentar para as futuras gerações. A discussão sobre a irrigação e a gestão da água se torna, portanto, não apenas uma questão de sobrevivência econômica, mas também um imperativo ambiental que deve ser abordado com seriedade e compromisso.

(Fernanda Toigo/Sou Agro)

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