Trump anuncia sobretaxas para alumínio e aço e preocupa o agronegócio brasileiro

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Imagem: Feagro

“Não vai afetar todos os países, porque há alguns com os quais temos tarifas similares; mas com aqueles que estão tirando vantagem dos EUA, teremos reciprocidade”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao anunciar nesta domingo (09.02) que vai impor tarifas de 25% sobre alumínio e aço importados. Essa declaração gerou preocupação no agronegócio brasileiro, que teme a aplicação de sobretaxas em produtos exportados para o mercado norte-americano.

Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos atingiu um recorde histórico, com um volume total de US$ 80,9 bilhões, representando um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior. Desse total, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 31,6 bilhões, um crescimento de 5,8% comparado a 2023. Os produtos industriais representaram 78,3% dessas exportações, consolidando os EUA como o principal destino das vendas desse setor pelo nono ano consecutivo.

Queda do dólar pressiona exportações, mas reduz custos

Safra recorde pressiona preços e levanta alerta para o mercado

Embora a pauta exportadora para os EUA seja majoritariamente composta por produtos industriais, o agronegócio brasileiro também possui participação significativa. Diante das declarações de Trump, alguns produtos agrícolas podem estar na mira de novas tarifas:

Açúcar: O Brasil busca ampliar a cota de exportação de açúcar isento de impostos para os EUA. Atualmente, há uma disputa em relação às tarifas aplicadas, e uma elevação nas taxas poderia prejudicar a competitividade do açúcar brasileiro no mercado norte-americano.

Carnes: As exportações de carne bovina para os EUA cresceram significativamente, alcançando US$ 1,3 bilhão em 2024, com um aumento de quase 66% em volume em relação ao ano anterior. Atualmente, fora de uma cota anual de 65 mil toneladas, a carne brasileira enfrenta uma tarifa de 26,4% ao entrar no mercado norte-americano. Novas sobretaxas poderiam impactar negativamente esse setor.

Soja e Milho: Embora grande parte da produção brasileira de soja e milho seja destinada a outros mercados, como a China, qualquer medida protecionista dos EUA que afete o comércio global desses grãos pode ter repercussões indiretas para o Brasil. Além disso, o Brasil compete diretamente com os EUA na exportação desses produtos, o que pode levar a disputas comerciais.

A imposição de novas tarifas pelos EUA pode afetar a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros no mercado norte-americano. O setor do agronegócio está atento às movimentações e busca estratégias para mitigar possíveis impactos, como a diversificação de mercados e a negociação de acordos bilaterais que garantam condições mais favoráveis para as exportações.

(Com Feagro)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Mais Notícias