Chuva orográfica chega ao Paraná?

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Chuva orográfica vai atingir áreas do Sul e do Sudeste do Brasil, de acordo com a previsão do tempo dos meteorologistas da MetSul. A instabilidade associada à umidade que vem do mar afetará áreas entre o extremo Nordeste de Santa Catarina e o litoral do estado de São Paulo.

O que acontece? Ar mais frio atua na costa do Sul do Brasil e, com o vento, há transporte de umidade do oceano para áreas mais próximas da costa. Mais a Oeste da Região Sul, o predomínio é de ar seco.

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Por isso, a temperatura tem se elevado mais em cidades do Oeste da região enquanto em pontos próximos da costa as marcas nos termômetros vêm se elevando muito menos nestes dias.

O mesmo ocorre em Santa Catarina e no Paraná com um grande contraste térmico de Oeste para Leste. No estado paranaense, no Oeste, a máxima hoje em Foz do Iguaçu foi a 34,6ºC ao passo que em Morretes não superou 25,9ºC. A diferença não é apenas na temperatura, mas também na umidade. No Oeste do Sul do Brasil, a umidade desceu a valores durante a tarde de 20% a 25% enquanto entre o Nordeste gaúcho e o Leste do Paraná ficou entre 50% e 80% à tarde.

PROJEÇÃO DE CHUVA

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva acumulada em 72 horas até às 9h de sexta-feira do nosso modelo de alta resolução WRF, disponível ao assinante em nossa seção de mapas

chuva orográfica

O QUE É CHUVA OROGRÁFICA?

A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.

Em um exemplo bem didático. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo. O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.

O contraste de pressão entre uma área de baixa pressão no Sul do Brasil e um centro de alta pressão de quase 1030 hPa a Leste da Argentina gerou vento moderado e por vezes com rajadas fortes do quadrante Leste. O vento soprando do mar para o continente, carregado de umidade e com a temperatura do Atlântico acima da média, acabou por favorecer a chuva orográfica com volumes localmente muito altos de precipitação no costão da Serra.

(Fonte: Metsul)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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