Como será o clima em janeiro
Janeiro é o mês mais quente do ano na maioria das áreas do Centro-Sul do Brasil pelas normais da climatologia histórica. O segundo mês do verão climático (trimestre dezembro a fevereiro) marca, assim, o auge da estação com muitos dias quentes e chuva principalmente de natureza convectiva, ou seja, associada ao quente e úmido. No Sul do Brasil, historicamente, o mês não costuma ser muito chuvoso na maioria das áreas.
A exceção é para o Leste de Santa Catarina, do Paraná e às vezes o extremo Nordeste gaúcho por conta da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, um canal de umidade que se origina na Amazônia, passa pelo Centro-Oeste e chega ao Sudeste. Às vezes, a inclinação da ZCAS traz chuva abundante para áreas mais ao Leste do Sul do Brasil, exceto o Litoral Sul gaúcho. Porto Alegre tem em janeiro as suas maiores médias de temperatura do ano.
Em São Paulo, a média mínima histórica para o Mirante de Santana é de 19,4ºC, a segunda mais alta do ano, somente atrás dos 19,6ºC de fevereiro. Por sua vez, a média máxima mensal de 28,6ºC é a segunda mais alta da climatologia anual, sendo inferior à de fevereiro de 29,0ºC.
A chuva média histórica de janeiro em Porto Alegre é de 120,7 mm. Trata-se da quinta mais alta entre os meses do ano, somente sendo superada por meses de inverno e primavera. Já em Florianópolis, a média mensal de precipitação de janeiro é de 241,3 mm, a mais alta entre os meses do ano.
Em Curitiba, média mensal de chuva no mês de 226,3 mm, o maior valor da climatologia anual. Na cidade de São Paulo, média de 292,1 mm, a mais alta de chuva de ano. Já em Belo Horizonte, janeiro é o mês mais chuvoso na climatologia anual com 330,9 mm.
É o auge da estação chuvosa em muitas cidades do Sudeste do Brasil que têm em janeiro o seu mais chuvoso do ano pela influência da instabilidade tropical com ar quente e úmido que traz os temporais, além da influência dos episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul.
CONDIÇÕES DO PACÍFICO
O mês de janeiro começará com as águas do Pacífico Equatorial com temperatura abaixo da média. É muito possível que a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos declare um evento de La Niña e janeiro transcorra sob a fase fria do Pacífico.
Hoje, conforme o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste (região Niño 3.4) está em -0,8ºC. O valor está no limite inferior da faixa de La Niña fraco (-0,5ºC a -0,9ºC). A anomalia de -0,8ºC foi a menor até agora observada neste ano nesta região do Pacífico Equatorial designada para verificar se há El Niño ou La Niña.
CHUVA EM JANEIRO
Janeiro, como mês do auge do verão, tem a comum irregularidade da chuva com significativa variabilidade nos totais de chuva de uma área para outra. Em um mês, ponto de um município pode ter muita chuva e outros baixos volumes de precipitação. Os volumes são determinados demais por pancadas que são isoladas.
É difícil haver uma tendência regional homogênea porque é comum que locais dentro de uma mesma microrregião em que os volumes ficam acima ou abaixo da média, tal a irregularidade na distribuição da chuva que ocorre no verão. Os mapas abaixo mostram a tendência de anomalia de chuva semana a semana para o mês de janeiro do modelo meteorológico europeu.
No geral, a tendência é de chuva abaixo da média na maior parte do Sul do Brasil como efeito já do resfriamento do Pacífico e uma possível instalação do fenômeno La Niña. Apesar de irregular e com grande variabilidade de volumes, os volumes de chuva no mês devem ser mais altos entre o Norte gaúcho e o Paraná, enquanto no Oeste e no Sul gaúcho devem ser menores.
A MetSul projeta chuva acima da média na maioria do Centro-Oeste, exceção de partes do Mato Grosso do Sul. No Sudeste, São Paulo deve ter uma grande variabilidade nas precipitações com chuva mais acima da média no Norte e no Nordeste do estado. Deve chover mais, inclusive com acumulados por vezes excessivos, em Minas Gerais, em parte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A chuva deve aumentar consideravelmente no Nordeste do Brasil no decorrer do mês de janeiro, até com excessos em diferentes estados. Mais ao Norte da região, como no Ceará e no Rio Grande do Norte, a chuva começará a ser impactada pela Zona de Convergência Intertropical, com incremento substancial da precipitação e risco de excesso. Uma vez que é o auge do verão, são comuns volumes muito altos e até extremos de chuva em curtos intervalos de maneira muito isolada, acompanhando temporais localizados que ocorrem precipuamente da tarde para a noite, sobretudo em dias de calor mais intenso. Estes temporais de verão podem vir com granizo, vendaval e em casos mais extremos até tornados.
TEMPERATURA EM JANEIRO
Grande parte do Sul, do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil deve ter temperatura perto e acima da média em janeiro. Os maiores desvios são previstos para os estados do Sul e no Mato Grosso do Sul. No Sudeste e no Centro-Oeste, devido a um padrão de chuva mais frequente, na maior parte das áreas a temperatura deve ficar perto da média com alguns pontos registrando até valores abaixo da climatologia histórica.
O Rio Grande do Sul não deve repetir a tendência observada em dezembro de muitos dias com marcas amenas e agradáveis com baixa frequência de calor. A tendência é de aumento no número de dias quentes, especialmente na segunda metade de janeiro. O Oeste e o Noroeste, em particular, devem ter maior ocorrência de calor intenso.
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Com Metsul