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CAFEICULTURA

Qualidade na xícara garante dinheiro no bolso do produtor

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Um bom café é feito de detalhes, que começam na escolha da variedade a ser cultivada, avança pelos tratos culturais, passa pela colheita e depois pelo processamento dos frutos colhidos. Todas essas etapas têm influência sobre a qualidade do produto final e, consequentemente, do preço de comercialização. Por isso, o cafeicultor precisa conhecer seu negócio, para aproveitar as oportunidades, principalmente na hora da venda.

“Muitas vezes o cafeicultor tem o cuidado para produzir, mas na hora de dar preço no seu produto, compromete o trabalho de um ano inteiro”, pondera Higor de Morais, instrutor do Senar-MG, especializado na análise sensorial do café (Q-Grader) e no processo de pós-produção e comercialização do café (Q-Processor). Morais ministrou palestra sobre os desafios e oportunidades na comercialização do café, durante a reunião da Comissão Técnica (CT) de Cafeicultura do Sistema FAEP, no dia 11 de novembro. Com experiência de 12 anos nessa área, Morais falou a uma plateia de 160 cafeicultores de diversas regiões do Estado sobre os fatores que interferem na precificação do café e as diferentes estratégias para comercialização do produto nos mercados interno e externo.

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O presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, durante evento de premiação do Concurso Café Qualidade Paraná 2024, no Mercado Municipal, em Curitiba

Hoje, o Estado produz, em média, 1 milhão de sacas por ano, com vocação para a qualidade, o que faz do Estado um celeiro de cafés especiais (que atingem pontuação acima de 80 pontos na escala SCA – Specialty Coffee Association).

De acordo com o instrutor do SENAR-MG, diversos fatores interferem na precificação do café. Além da oferta e demanda, é preciso ficar atento à qualidade e origem da produção, bolsas internacionais, estimativas de safra, estoques certificados e também às mudanças nas taxas de juros. “Participam do mercado de café os agentes da cadeia e também os agentes do mercado financeiro. Então, se estamos estudando para tomar uma decisão [sobre preço], não basta rodar as lavouras. É preciso reunir mais informações, e isso torna a comercialização complexa”, pontua Morais.

Além de entender as condições externas de comercialização, outro ponto fundamental para uma venda bem-sucedida é conhecer em detalhes o próprio negócio. “Se eu não sei o quanto custa [para produzir], como avaliar se o preço oferecido é bom ou ruim? Daí a importância da gestão, de conhecer seus custos. Cada produtor precisa ter isso alinhado antes de colher o café”, enumera o Q-Grader.

O especialista também apresentou as diferentes modalidades de exportação de café e o impacto dessa estratégia nas contas do produtor. “A partir do momento em que pensamos em exportar, temos que entender que isso significa novas responsabilidades e custos. Há custos envolvidos no processo até o café chegar ao comprador lá fora, como frete, desembaraço, envio de provas. Tudo isso é responsabilidade do exportador”, alerta.

Além de Morais, a mestre em torras de cafés especiais e diretora de produção da Café Klas, Roberta Klas, falou sobre o universo dos cafés especiais e as oportunidades neste segmento, tanto no mercado interno quanto na exportação. “O Paraná é o berço de boa parte da cafeicultura do Brasil. Não é mais o maior produtor, mas consegue produzir cafés de altíssima qualidade”, afirma.

Concurso Café Qualidade Paraná 2024 revela vencedores

Uma cerimônia com mais de 240 pessoas marcou a premiação do 22º Concurso Café Qualidade Paraná, que pela primeira vez ocorreu em Curitiba. Cafeicultores, lideranças de entidades representativas, autoridades e especialistas na área de café estiveram na solenidade, que reconheceu os melhores cafés das categorias “Natural” e “Cereja Descascado”, além do melhor produto de cada região do Paraná e a melhor amostra enviada.

Mais de 120 cafés foram inscritos no concurso, o que demonstra o crescimento da importância da cadeia produtiva para o Estado. Atualmente, o Paraná é o quinto maior produtor nacional de café, com mais de 30 mil hectares espalhados por mais de 100 municípios. O presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, destacou o fato de que apenas duas das 15 cafeterias do Mercado Municipal de Curitiba vendem cafés do Paraná, cenário que deve mudar a partir do esforço da cadeia produtiva. “Eventos como esse concurso são fundamentais para divulgar a qualidade do nosso café”, destacou.

Concurso Café Qualidade Paraná é o terceiro maior prêmio do gênero no Brasil, atrás apenas de iniciativas realizadas em Minas Gerais e Espírito Santo, os maiores produtores nacionais de café. A competição é promovida pela Câmara Setorial do Café do Paraná, formada pelo Sistema FAEP, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), IDR-Paraná e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina.

Confira os ganhadores do concurso:

Categoria Natural

1º: Maristela Fatima da Silva Souza, de Tomazina

2º: Ariele Miranda Afonso, de Curiúva

3º: Flávia Guimarães da Silva Rosa, de Apucarana

4º: José Ciro Santiago, de Grandes Rios

5º: Sérgio José Miranda, de Jandaia do Sul

Categoria Cereja Descascado

1º: Claudeir Marcos de Souza, de Tomazina

2º: Valdeir Luiz de Souza, de Tomazina

3º: Marcia Cristina da Silva Costa, de Tomazina

4º: Juarez Colatino de Barros, de São Jerônimo da Serra

5º: Sirlei de Fatima da Cruz Carvalho, de Joaquim Távora

Campeões Regionais

Região de Cascavel
Aparecida de Oliveira Saboré Lopes, de Braganey

Região de Londrina
João Paulo Sgorlon, de Pitangueiras

Região de Toledo
Daiane Elisabete Colombo Teixeira, de Jesuítas

Região de Maringá
Wilson Lopes, de Mandaguari

Região de Cornélio Procópio
Magna Aparecida Nunes, de Congonhinhas

Região de Cianorte
José Aparecido Sanches, de Terra Boa

(Com FAEP)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)