Nadando na corrente do whey protein, agora é vez do picolé de tilápia
À base de leite, o picolé tem uma casquinha crocante de noz pistache, chocolate branco ou meio-amargo. Mas não se engane, ao dar uma mordida nesse sorvete de palito, é peixe que você estará comendo, considerado um dos alimentos mais saudáveis pela maior parte das pessoas. São raras as dietas tidas como nobres em proteínas que deixam para traz o peixe. Mas você tomaria um picolé de peixe?
A aposta no sim vem da Brazilian Fish, empresa verticalizada da cadeia da tilápia, que faz parte do Grupo Ambar Amaral, em Santa Fé do Sul (SP). Nadando na corrente do whey protein, alimentos a partir do soro do leite com alta concentração de proteína – e que é uma febre global não apenas em academias –, a empresa embarcou nessa inusitada combinação: um picolé fish protein.
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“Fizemos algo para quem quer ganhar proteína ou comer um doce saudável, mas algo saboroso. Imagina um gelato de tilápia cremoso que não tem gosto de peixe, com oito gramas de proteína e zero açúcar? Melhor que uma barrinha, né”, diz Sônia Ambar, presidente do Grupo Ambar Amaral, em tom humorado. O picolé “viralizou” na mais recente feira do setor, a Seafood Show Latin America 2024, Feira Internacional de comercialização e tecnologia do pescado, realiza em São Paulo no final de outubro. “Virou trend. As pessoas compram para provar e postar, porque é muito inusitado”.
A junção desses dois mercados: picolés e whey é um negócio bilionário. O mercado de sorvetes no Brasil é da ordem anual R$ 14 bilhões, com estimativa de R$ 20 bilhões até 2028, segundo a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS). Para os whey não não se cravam números locais, mas globalmente, segundo a consultoria Mordor, esse mercado é estimado em US$ 2,32 bilhões para 2024, e deverá atingir US$ 2,91 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR de 4,64% no período.
Na Brazilian Fish, a ideia de um picolé de tilápia ficou represada por sete anos e nasceu justamente lá fora. Em 2017, os filhos de Sônia, Felipe e Ramon, que comanda o negócio peixes , provaram um sorvete de salmão na Seafood Show, feira de negócios de pescado, em Boston, nos Estados Unidos.
Na volta, o pensamento era um só: criar aqui também um sorvete, mas de tilápia. Apesar do projeto ter ficado na gaveta, ele não saiu do radar nesse tempo. “Ficamos em contato com uma pesquisadora que desenvolveu um hidrolisado à base de tilápia para o seu doutorado. Mas não foi pra frente porque a patente do projeto era da universidade que estudava. A partir dali eu tinha que seguir com as minhas próprias pernas”, diz Sônia.
(Com Forbes)