AGRONEGÓCIO
Custo da engorda sobe 10,13% e impacta margens da pecuária de corte
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), que mede as variações nos custos de nutrição animal, registrou alta significativa de 10,13% no Centro-Oeste em outubro de 2024, atingindo R$ 14,90 por cabeça/dia.
No Sudeste, o índice subiu apenas 0,25%, ficando em R$ 11,89. Os dados, divulgados pela empresa de tecnologia Ponta, refletem o impacto da valorização da arroba bovina e do aumento da demanda por proteína animal, tanto no mercado interno quanto no exterior.
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No Centro-Oeste, a elevação foi impulsionada pelo aumento nos preços de insumos essenciais, como milho grão seco (+7,82%), ureia (+4,98%), núcleos minerais (+2,30%) e casca de soja (+2,14%). O custo médio da tonelada de matéria seca para dietas de terminação na região chegou a R$ 1.114,78, uma alta de 9,62% em comparação a setembro.
Já no Sudeste, a tonelada de matéria seca subiu 6,38%, alcançando R$ 1.120,82. No entanto, quedas nos custos das dietas de adaptação (-0,21%) e crescimento (-4,96%) ajudaram a conter o avanço do ICAP na região.
O aumento nos custos pressiona as margens da pecuária de corte, especialmente no Centro-Oeste, onde o custo de engorda subiu 5,67% em relação a outubro de 2023. No Sudeste, houve uma redução de 2,67% no mesmo período, favorecendo a lucratividade. Estima-se que o custo médio por arroba produzida em outubro tenha sido de R$ 218,66 no Centro-Oeste e R$ 188,74 no Sudeste, com possíveis lucros de até R$ 980 por cabeça em algumas operações.
A valorização do dólar também tem influenciado os preços de insumos, como milho e soja, aumentando os custos para o setor. Com a alta demanda por carne bovina no mercado internacional, a tendência é de que o preço da arroba permaneça elevado, mas os pecuaristas precisarão adotar estratégias eficientes de gestão para garantir a rentabilidade.
O ICAP, que abrange dados de mais de 1,7 milhão de diárias de animais confinados, indica que a gestão rigorosa dos custos será fundamental para enfrentar um cenário de aumento nos preços de insumos e valorização da carne. O diferencial do “boi China”, que oferece bonificações de até R$ 7,50 por arroba, aparece como uma oportunidade para compensar os desafios enfrentados pelo setor.
Com os custos em alta, a eficiência na produção e a negociação junto aos frigoríficos serão essenciais para a sustentabilidade da pecuária de corte no Brasil.