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Seguro Penhor Rural impulsiona o crescimento do crédito agrícola

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Redação Sou Agro
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Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em conjunto com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), mostrou que o Seguro Penhor Rural faturou cerca de R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre de 2024, aumento de 14,3%, e desembolsou R$ 477,6 milhões aos produtores (+ 8,4%). Em cinco anos, o setor registrou um aumento de 107,1% na arrecadação e 75,7% nas indenizações, passando de R$ 1,4 bilhão e R$ 503,6 milhões, em 2020, para, respectivamente, R$ 2,9 bilhões e R$ 884,9 milhões, em 2023.

Com o objetivo de fomentar o agronegócio e garantir a segurança nas operações de crédito, o Seguro Penhor Rural tem se consolidado como uma ferramenta essencial para os produtores rurais que buscam acesso facilitado ao crédito.

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A recente expansão das linhas de crédito rural no país, estimulada tanto por políticas públicas quanto por bancos privados, tem encontrado nesse produto um importante aliado, que assegura o pagamento de empréstimos com garantia em produtos agropecuários, como colheitas, equipamentos e propriedades.

Operações de Crédito de Investimento, como a de bancos públicos na concessão de crédito rural, possuem grande influência no crescimento geral do Penhor Rural. Fábio Damasceno, membro da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), explica que “o crescimento deste produto está condicionado à operação do Banco do Brasil, que vem performando com um crescimento de 28% neste período e representa cerca de 72% do arrecadado pelo produto”.

O executivo destaca que, ao desconsiderar a participação do BB na disponibilização de crédito para os produtores rurais, a performance do ramo cairia “de 14,3% para -10,3%”. “Essa redução é, em parte, devida à atual conjuntura econômica, o que leva o produtor a ser mais cauteloso ao decidir se deve usar seu capital para investir na propriedade.

Esse cuidado adicional também influencia a decisão de buscar crédito rural, seja para custeio ou investimento. Além disso, o produtor tende a buscar seguros para mitigar riscos, especialmente porque os preços das principais commodities estão em queda neste período”, explica Damasceno.

Ao avaliar os dados por estados, o levantamento identificou que os cinco estados que mais arrecadaram também são os mais representativos no agronegócio. Em valores absolutos, o Rio Grande do Sul, que enfrentou uma das maiores tragédias climáticas do Brasil, lidera a lista com R$ 214,7 milhões. Em seguida, está Goiás, um dos principais centros de pecuária do país, com R$ 213,0 milhões.

O Paraná vem em terceiro, com R$ 208,2 milhões, à frente de Mato Grosso, com R$ 185,5 milhões, e Minas Gerais, com R$ 165,4 milhões. Juntos, esses cinco estados representam 62% da arrecadação do Penhor Rural. Ao incluirmos São Paulo (R$ 144,6 milhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 116,6 milhões), a participação sobe para quase 80%.

Damasceno explica que a representatividade desses estados está diretamente ligada à concessão de recursos financeiros. “Quanto mais recursos são alocados para as linhas de Crédito de Investimento Agrícola e Pecuário, maiores são as oportunidades de comercialização do seguro de Penhor Rural”.

O executivo destaca que os perfis dos produtores variam entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “Nas regiões Sul e Sudeste, há um número maior de produtores buscando crédito, mas com propriedades e empreendimentos menores. Em contraste, o Centro-Oeste tem menos produtores e operações, mas o valor médio dos recursos solicitados é significativamente maior, refletindo o perfil de grandes empreendimentos da região”.

Nos últimos anos, o crédito rural no Brasil passou por uma expansão significativa, alimentada pela crescente relevância do agronegócio na economia nacional. O Plano Safra 2024/2025, por exemplo, destinará R$ 400,59 bilhões para financiamentos, um aumento de 10% em relação à safra anterior, oferecendo linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas para médios e grandes produtores rurais.

Boa parte desse montante depende diretamente de mecanismos de segurança como o Seguro Penhor Rural para assegurar o cumprimento dos contratos de financiamento. “Com a previsão de um crescimento contínuo no setor agrícola, o Seguro Penhor Rural se mostra um fator estratégico para assegurar o acesso a crédito rural em volumes cada vez maiores, sustentando o desenvolvimento econômico e a competitividade do agronegócio brasileiro”, conclui Damasceno.

Embora a contratação do Penhor Rural não seja obrigatória no ato da solicitação de crédito, o Manual de Crédito Rural, no tópico Crédito de Investimento, prevê a possibilidade de inclusão do prêmio do seguro, tanto para o bem que está sendo dado como garantia quanto para o bem que está sendo adquirido, junto ao projeto técnico no checklist do processo. A forma de contratação do seguro junto à operação está alinhada com a estratégia da instituição financeira que concede o recurso ao produtor.

(Com CNseg)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)