Lideranças defendem financiamento climático e valorização de práticas sustentáveis

Fernanda Toigo

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Imagem: reprodução/photogallery

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), que acontecerá em novembro, em Baku, no Azerbaijão, será um marco importante para o setor agropecuário global. O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, estará em destaque nas negociações climáticas, com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendendo avanços na garantia de financiamento para ações climáticas no agro.

A CNA apresentou o posicionamento do setor aos negociadores do governo brasileiro, destacando a necessidade de se buscar novas fontes de recursos para que o agro possa avançar em suas ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A entidade enfatizou que o setor agropecuário, embora afetado diretamente por eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, também é parte fundamental da solução para os desafios ambientais.

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Um dos principais objetivos da COP 29 será a definição de uma nova meta global de financiamento climático. O vice-presidente da CNA, Muni Lourenço, ressaltou que o cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que visam a redução de emissões de gases de efeito estufa, depende de um apoio financeiro robusto. Para ele, é essencial que os países desenvolvidos cumpram suas promessas de financiamento, que não foram atingidas após o Acordo de Paris.

O agronegócio brasileiro, que já adota práticas sustentáveis e tecnologias de menor impacto ambiental, busca reconhecimento e incentivo para continuar evoluindo. Lourenço destacou que, até 2030, o Brasil precisará de um financiamento significativo para implementar suas NDCs e que o setor agropecuário deve ser incluído de forma clara nas ações de mitigação e adaptação.

Outro ponto defendido pela CNA é o combate ao desmatamento ilegal, considerado fundamental para o alcance das metas ambientais brasileiras. A entidade reforça que o setor já segue práticas rigorosas de preservação, muitas vezes indo além das exigências do Código Florestal. No entanto, João Martins, presidente da CNA, apontou que é preciso haver investimentos adicionais para que o Brasil possa ser ainda mais ambicioso em suas metas climáticas a partir de 2031.

Imagem: arquivo pessoal

Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), também reforçou a relevância do combate ao desmatamento ilegal e a valorização dos produtores que já seguem práticas rigorosas de preservação. “O agro brasileiro é comprometido com a sustentabilidade. Muitos produtores já vão além das exigências do Código Florestal, e é crucial que esses esforços sejam reconhecidos e incentivados. Precisamos de políticas que não apenas coíbam o desmatamento ilegal, mas também recompensem quem protege o meio ambiente, garantindo que o Brasil se mantenha como referência em produção sustentável”.

Rezende destacou a importância da busca por financiamento climático, alinhando-se à visão da CNA. “O agronegócio brasileiro tem feito grandes avanços na implementação de práticas sustentáveis, e é fundamental que esse esforço seja reconhecido internacionalmente. O financiamento adequado permitirá que continuemos investindo em tecnologias de baixa emissão e adaptação às mudanças climáticas, especialmente em um cenário de eventos extremos que já afetam a produção no campo”.

Ele também enfatizou a necessidade de participação ativa do setor nas negociações internacionais. “O Brasil tem um papel de liderança no cenário global, e o agro é um dos pilares dessa liderança. Precisamos garantir que as decisões tomadas na COP considerem as especificidades da agricultura tropical e ofereçam suporte real para que o setor continue crescendo de forma sustentável, mantendo sua competitividade e contribuindo para as metas ambientais do país”, o presidente do IA.

A COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025, trará novas metas climáticas para o período de 2031 a 2035. A CNA espera que, até lá, o Brasil esteja preparado para se posicionar como líder na transição para uma agricultura sustentável, conciliando produção eficiente e respeito ao meio ambiente, daí a importância de debates e posicionamentos como estes.

(Com Pensar Agro)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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