Presidente da CNA diz que futuro das relações agropecuárias entre Brasil e China é promissor

Fernanda Toigo

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Foto: Assessoria Comunicação CNA

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, disse, na quarta (11), que o futuro das relações agropecuárias entre Brasil e China é promissor e reforçou a necessidade de continuar trabalhando para que as conquistas se mantenham e o relacionamento se fortaleça nos próximos anos.

Martins participou da abertura do evento “Reflexões sobre um eventual Acordo de Livre Comércio Mercosul-China”, na sede da entidade, em Brasília (DF). O encontro reuniu presidentes de federações de agricultura e pecuária diretores do Sistema CNA/Senar e especialistas para debater o tema.

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O encontro faz parte das celebrações de 50 anos do relacionamento entre os dois países, que completa meio século em 2024, e foi realizado juntamente com o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), que apresentou um estudo com os impactos de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o país asiático .

“A celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, em 2024, é um marco importante, que lembra do quanto já conquistamos juntos e do potencial que ainda temos para explorar”, destacou.

No início de seu discurso, Martins falou sobre o significativo crescimento na parceria, especialmente no setor agropecuário, em que a China, com vasta população e crescente demanda por alimentos, tornou-se o principal destino das exportações do setor.

João Martins, presidente da CNA
João Martins, presidente da CNA

Já o Brasil, completou, com sua alta capacidade de produzir, com qualidade, e de forma sustentável e competitiva, consolidou-se como o principal fornecedor de alimentos para a China. Em 2023, mais de 36% das nossas exportações agropecuárias foram destinadas ao mercado chinês.

“Esse número impressionante reflete não apenas a qualidade dos nossos produtos e os grandes avanços conquistados nas últimas décadas pelo setor, mas também a confiança que a China deposita no Brasil”, avaliou o presidente da CNA.

Entretanto, ressaltou Martins, a parceria vai além da troca de mercadorias, pois os dois países têm trabalhado juntos em diversas frentes, incluindo investimentos em tecnologia agrícola, sustentabilidade e segurança alimentar. “A China tem investido no setor agropecuário brasileiro. São recursos fundamentais para impulsionar a inovação e fortalecer, ainda mais, a sustentabilidade em nossas práticas agrícolas”, explicou.

João Martins lembrou que, ao reconhecer a importância da China para o agro brasileiro, a CNA abriu, em 2020, um escritório de representação em Xangai. “Desde então, temos realizado missões comerciais e prospectivas, levando pequenos e médios produtores para vender seus produtos e conhecer a realidade do mercado”.

Neste contexto, a soja e a carne bovina se consolidaram no país asiático, mas para produtores de frutas, por exemplo, “ainda há uma longa jornada”, ponderou o presidente da CNA.

“A parceria sino-brasileira é uma via de mão dupla”, pois ambos os países se beneficiam. Para a China, contribuímos para a garantia da segurança alimentar de sua população. Para o Brasil, a China representa vasto mercado, em constante crescimento, que nos permite expandir e diversificar as nossas exportações, proporcionando renda e melhores condições aos nossos produtores rurais”, enfatizou.

Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do CEBC
Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do CEBC

Por sua vez, o presidente do CEBC, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, destacou o papel pioneiro do setor agropecuário brasileiro, que soube ser competitivo, além de utilizar suas vantagens comparativas para se destacar no comércio global. “E hoje apresenta um comercio exemplar com a República Popular da China e uma expansão internacional exemplar em relação ao resto do mundo”, afirmou.

O embaixador também lembrou dos desafios enfrentados pelo Mercosul nos primeiros anos de existência e as oportunidades que o bloco sul-americano pode ter com um acordo de livre comércio com o país asiático, como mostra o estudo apresentado no evento, gerando “efeitos positivos para o PIB dos países membros, apesar das assimetrias econômicas entre eles”.

Segundo ele, pontos como harmonizações regulatórias, facilitação de investimentos e cooperação tecnológica podem criar cadeias de produção regionais mais estratégicas e sustentáveis. Ele disse, ainda, que um acordo desta natureza promoveria maior abertura econômica, especialmente no Brasil, “promovendo uma inserção mais competitiva na ordem econômica internacional.

 

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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