Pecuarista é acusado de deixar 50 bois morrerem de sede e outros mil debilitados
O pecuarista que deixou 50 cabeças de gado morrerem atoladas na lama formada pela seca do Rio Taquari, na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, é reincidente e já foi responsabilizado por crime de maus-tratos contra animais. O homem de 62 anos, foi denunciado pela primeira vez em 2021, na época, ele mantinha cachorros, porcos e até cavalos, sem alimento e água.
Recentemente o pecuarista voltou a ser alvo de investigação. O flagrante de maus-tratos começou com vídeos gravados por pescadores que navegavam pelo Rio Taquari: nas imagens, diversos animais agonizavam, atolados na lama, com fome e sede.
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Equipes da PMA (Polícia Militar Ambiental) foram as primeiras a chegarem. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) também foi chamado e descobriram que a situação era ainda mais grave: 50 cabeças de gado haviam morrido, outras mil estavam tão debilitadas que sequer conseguiam andar.
Na tentativa de salvar os animais, as equipes ofereceram água de garrafas térmicas para o gado e os tiraram da lama.
O pecuarista foi encontrado no domingo (8). Foi levado para a delegacia, indiciado por maus-tratos e liberado depois de pagar uma multa pelo crime cometido.
Agora, vai esperar as apurações em casa. Mas essa não é a primeira vez que ele é alvo de investigações.
Reincidente
Em 8 de dezembro de 2021, uma ONG denunciou Hildebrand por crime ambiental em uma fazenda, em Campo Grande. Policiais da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) foram ao local e encontraram cães abandonados e outros animais, sem alimento e água.
O corpo de um cavalo foi encontrado em avançado estado de decomposição e na época, testemunhas disseram aos policiais que o animal tinha morrido por falta de água e alimentação adequada. Porcos e galinhas também estavam em local insalubre na propriedade.
No laudo de maus-tratos foi identificado que a propriedade estava abandonada há vários dias. As condições dos animais eram as seguintes:
- Um cachorro macho apresentava escore corporal muito magro e a fêmea magra. Estavam desidratados, com muita fome e sede;
- Os dois porcos estavam em um local fechado, sem água e sem alimento. Estavam magros e agitados;
- O galo estava num local telado, com cobertura e apenas água;
- A galinha e os pintinhos também estavam num local fechado, porém pequeno e sem água;
- A propriedade encontrava-se em água e sem energia.
Os animais domésticos foram resgatados pela Subea (Subsecretaria do Bem-Estar Animal). As equipes também alimentaram os outros bichos.
A última movimentação no processo ocorreu em maio deste ano, quando o Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou o fazendeiro por crimes ambientais. O caso segue na Justiça de Mato Grosso do Sul.
(Reportagem: José Câmara e Geisy Garnes – Primeira Página)