O professor-doutor Elmar Luiz Floss, um dos palestrantes convidados pela quinta edição de inverno. Foto: Assessoria Show Rural

Doutor em Ecofisiologia indica caminhos para elevar a produtividade do trigo

Redação Sou Agro
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O professor-doutor Elmar Luiz Floss, um dos palestrantes convidados pela quinta edição de inverno. Foto: Assessoria Show Rural

O doutor em Ecofisiologia, professor e agrônomo há quase 50 anos, Elmar Luiz Floss, fez uma das palestras técnicas especiais do 5º Show Rural Coopavel de Inverno, que neste ano reuniu 42 expositores de terça a quinta-feira, 27 a 29 de agosto. Floss informou sobre o avanço da cultura do trigo no Brasil e afirmou que, observando as recomendações corretamente, é possível atingir produtividades de até 6,4 mil quilos por hectare, bem superior à média nacional e paranaense, respectivamente, de 2,9 mil e de 3,2 mil quilos por hectare.

O professor lembrou que o trigo é uma cultura sagrada aos cristãos e que acompanha a humanidade há dez mil anos. Um dos grandes responsáveis pelo avanço do trigo, em qualidade e produtividade, é o pesquisador norte-americano Norman Borloug, ganhador em 1970 do Prêmio Nobel da Paz pela evolução que trouxe à cultura. Norman, que entendia “que só há paz quando as pessoas estão bem alimentadas”, contribuiu, por exemplo, para transformar o México de importador a exportador e algumas das cultivares que ele ajudou a desenvolver chegaram no Brasil e no interior do Paraná.

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Os principais desafios de produzir o grão, são: aumentar a produtividade, qualidade, rentabilidade e sustentabilidade. Durante muitos anos, o Paraná foi líder na produção do cereal, mas atualmente é o Rio Grande do Sul. Todavia, segundo Floss, o Paraná poderá voltar à liderança e se consolidar como grande produtor nacional em breve. Atualmente, há cultivares melhores, mais produtivas e rentáveis e que se adaptam mais eficientemente às condições de solo e clima, além das modernas técnicas de manejo disponíveis.

Evolução

O professor lembrou que em 1976 o Brasil produzia em 3,5 milhões de hectares e as safras alcançavam 3,2 milhões de toneladas. Em 2022, ano da maior colheita de trigo da história do País, foram plantados 3 milhões de hectares e a produção alcançou 10,5 milhões de toneladas. Para ser autossuficiente, o Brasil precisa de 13 milhões de toneladas. A produtividade, de 1976 a 2022, saltou de 980 quilos/hectare para 3,4 mil quilos/hectare.

Elmar Floss mostrou o caminho para aumentar o rendimento. A meta é alcançar 400 espigas por hectare que então renderão 6,4 mil quilos. A Finlândia, ilustrou o professor, chega a produzir dez toneladas de trigo em um único hectare. E o que é preciso, perguntou Floss, para ter a população ideal de plantas. A resposta está em adequar as propriedades do solo, escolher a melhor cultivar e sementes de vigor para emergir sadias, qualidade da semeadura, nutrição e adubação racional, rigoroso controle de plantas daninhas e pragas e minimizar o estresse.

Outro aspecto fundamental para elevar produtividade e rendimento, conforme o professor Floss, está na busca da melhor eficiência fisiológica, possível a partir da emergência rápida e uniforme, nutrição equilibrada, maior enraizamento e afilhamento, busca de máxima capacidade de produção de biomassa, de formação e enchimento de grãos.

Os principais fatores para alto rendimento, enumerou Floss, são: escolher a melhor genética, manejo, clima e equilíbrios nutricional e hormonal. Associar o milho ao nabo forrageiro e à aveia, por exemplo, cria boas condições para avanços em produtividade, enquanto que o plantio de trigo sobre trigo, de trigo sobre centeio e de trigo sobre triticale são cenários ruins.

Seguindo cuidados e recomendações técnicas, produtividade do trigo pode chegar a 6,4 mil quilos/hectare. Foto: Assessoria
(Com Assessoria Show Rural)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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