Conab reajusta estimativa de safra de café

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Divulgação/Seapa

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou sua estimativa para a produção brasileira de café, agora projetando um total de 65,9 milhões de sacas, o que representa uma redução de 1,7% em relação à previsão anterior de 67 milhões de sacas.

Apesar desse ajuste, a produção esperada para 2024/2025 ainda é 2,5% maior do que a safra passada. Esses números superam a previsão da Conab, que era de 58,8 milhões de sacas, mas ficam abaixo da estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que esperava 69,9 milhões de sacas. A diferença entre as estimativas mais altas e mais baixas para esta safra é de 16 milhões de sacas, uma discrepância menor do que os 22 milhões de sacas registrados em 2023.

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A revisão para baixo da produção é atribuída principalmente a condições climáticas adversas, especialmente afetando o café robusta, cuja produção está estimada em 21,2 milhões de sacas, uma redução de 6,8% em relação à previsão anterior e 1,6% menor do que a safra anterior.

Em contraste, a produção de café arábica aumentou ligeiramente, passando de 44,3 milhões para 44,7 milhões de sacas, representando um crescimento de 4,6% sobre a safra anterior. No sul de Minas Gerais, a maior região produtora de arábica, houve variação significativa entre os municípios. Algumas áreas tiveram uma produção acima do esperado, enquanto outras foram mais impactadas pelo clima. A qualidade dos grãos foi afetada, com mais de 74% da produção já colhida até o final de julho. Apesar disso, a produção na região aumentou para 16,6 milhões de sacas, 7,3% a mais do que em 2023.

Nas regiões do Cerrado Mineiro e da Mogiana, a produção de café arábica também foi impactada por condições adversas no final de 2023. Embora não tenham sido realizados ajustes adicionais para essas áreas neste levantamento, o impacto nas colheitas foi evidente. O Cerrado Mineiro deve sofrer uma queda de mais de 27% na produção, estimada em 5,4 milhões de sacas, enquanto a Mogiana viu um aumento de 3,9%, alcançando 6,3 milhões de sacas, graças a melhores resultados em outras áreas de São Paulo.

No norte do Espírito Santo, a produção de café conilon foi prejudicada por condições climáticas desfavoráveis durante os meses de setembro, outubro e novembro de 2023. A estimativa para a safra 2024/25 foi reduzida para 14,9 milhões de sacas, uma queda de 8% em relação à previsão anterior e 1,5% menor do que a safra 2023/24.

Olhando para a safra de 2025/2026, as previsões indicam que a cafeicultura pode se beneficiar do fenômeno La Niña, que pode melhorar as condições de cultivo. A expectativa é de chuvas regulares entre setembro e outubro, o que pode favorecer a florada e o desenvolvimento das plantas. No entanto, há preocupações sobre os impactos contínuos das mudanças climáticas, que podem afetar a produção. Especialistas alertam que a pressão contínua nas lavouras e a possibilidade de estresse térmico ainda representam riscos para a cafeicultura no futuro próximo.

(Com Conab)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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