Inédito: Médico brasileiro transplanta rim de porco em paciente humano
O dia 21 de março de 2024 entra para a história da medicina. O médico brasileiro Leonardo Riella comandou em Boston (EUA) o primeiro transplante de rim de um porco para um paciente humano vivo.
Como pode o órgão de um suíno funcionarem uma pessoa? Para realizar o procedimento a equipe se dedicou à pesquisa. Alguns vírus que circulam entre os animais podem causar doenças graves em humanos e um estudo publicado em 2017 pela revista Science apontou novas expectativas a partir de uma técnica que permite a edição do código genético. Desta forma os cientistas inativaram um retrovírus suíno. Para isso o DNA do ovo fecundado foi manipulado após fertilização in vitro.
Esta foi apenas uma das etapas. A outra parte foi garantir que a criação dos porcos usados em transplantes em condições estéreis para evitar risco de contaminação.
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O paciente transplantado em Boston estava num quadro de extrema gravidade e por isso a opção pela experiência inédita, já que não havia doador compatível e a expectativa de vida era menor que o tempo de espera por um órgão.
Um dos maiores desafios é a possibilidade de rejeição do órgãos, o crescimento indevido e até a transmissão de doenças.
Em outros momentos, tentativas semelhantes aconteceram, como o procedimento realizado pelo Instituto de Transplante Langone da Universidade de Nova York (NYU), que manteve o rim em funcionamento no corpo humano por dois meses até a remoção do órgão. Na Universidade de Medicina de Maryland, nos EUA, os médicos realizaram ao menos dois xenotransplantes de coração de porco.
Em experiências mais recentes de transplante renal e cardíaco foram empregados órgãos provenientes de porcos geneticamente modificados, conhecidos como “porcos de 10 genes”, especificamente desenvolvidos para essa finalidade.
A técnica da troca de órgãos entre espécies diferentes é denominada de Xenotransplante. Centros de pesquisa do mundo e do Brasil testam o uso de porcos geneticamente modificados para transplantes.