Governo e setor produtivo buscam soluções para combater a brucelose e a tuberculose no rebanho goiano

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

brucelose

A primeira reunião do ano da Comissão Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose em Goiás foi realizada nesta quinta-feira (15/3). Sediado na Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o encontro teve a participação de integrantes do Governo de Goiás, de universidades e do setor produtivo.

O objetivo foi atualizar sobre os avanços promovidos e discutir ações futuras na identificação e combate às duas zoonoses, que têm mobilizado o Governo de Goiás e o setor produtivo na busca pelo seu controle e erradicação.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, destacou a importância da superação desse desafio sanitário, especialmente para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite. “O momento é oportuno para que a gente trabalhe juntos para proteger essa atividade, que tem grande importância econômica e também social, já que mais da metade do leite produzido em Goiás vem de propriedades rurais de agricultura familiar”, esclareceu.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, agradeceu o empenho de todos em discutir um assunto tão importante para a pecuária goiana. Ele aproveitou para explicar que a Agência busca conferir uma nova dinâmica para tratar sobre o assunto, permitindo maior controle sobre a incidência dos casos.

O presidente da Comissão Estadual, Antônio Pinto, defendeu a necessidade de alavancar a vacinação da brucelose nas fêmeas em idade de três a oito meses, como forma de erradicar a doença no seu grupo de risco.

Status da Brucelose e Tuberculose em Goiás

Em comparação com a quantidade total de propriedades rurais dedicadas à pecuária de corte e de leite em Goiás, o número de propriedades consideradas livres das duas zoonoses no estado é irrisório. No momento, apenas duas conseguiram a certificação, e outras duas estão em processo de certificação.

O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Rafael Costa Vieira, explicou que o baixo índice vacinal contra a brucelose nas fêmeas de bovinos e bubalinos é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. Segundo dados apurados pelo gestor, em 2023 apenas 60,5% das fêmeas em idade vacinal foram imunizadas contra a doença. No mesmo período, nove pessoas foram confirmadas infectadas pela doença, e uma está em estudo em 2024.

Sobre a tuberculose, a última amostragem, realizada em 900 propriedades rurais do estado, apontou que em 3,43% das propriedades havia pelo menos um animal com a zoonose.

Durante a reunião, integrantes do setor produtivo solicitaram um maior apoio do poder público junto aos produtores. A ideia é sensibilizá-los sobre a importância da vacinação contra a brucelose, nos moldes da campanha da febre aftosa, tão eficaz que o Estado caminha para conquistar a certificação internacional de zona livre da doença sem vacinação.

Também pediram atenção para a criação de um fundo que possa indenizar o produtor que tiver o animal abatido diante da notificação das zoonoses. Tanto a brucelose quanto a tuberculose, ao serem notificadas, levam ao extermínio do animal.

Os gestores da Agrodefesa explicaram que, a partir de mês de maio, serão lançados no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) formas mais eficientes para se fazer o registro do rebanho, como a inclusão do registro de nascimento e de vacinação dentro do Sistema. Dessa forma, o controle do rebanho em idade vacinal e a adesão da vacinação serão realizados com mais agilidade.

Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose

O Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose reúne-se trimestralmente para discutir avanços no combate às zoonoses. Integram os seguintes órgãos: Agrodefesa; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater); Secretaria de Estado de Saúde (SES); Superintendência Federal de Agricultura em Goiás (SFA-GO/Mapa); Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec); Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (EVZ/UFG); Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC); Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-GO); Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg); Associação de Buiatria de Goiás/DF; Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários; Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Goiás (Sindicarne); Sindicato das Indústrias de Laticínios de Goiás (Sindileite) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) – Governo de Goiás

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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