Foto: Reprodução/Unioeste
Show Rural

Unioeste desenvolve ações com uso de cúrcuma e bicho-da-seda na saúde

Foto: Reprodução/Unioeste
Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) está desenvolvendo ações técnicas e científicas com a proteína do casulo do bicho-da-seda e cúrcuma direcionadas aos tratamentos de doenças, como o controle de doenças reumática, lesão nervosa periféricas, obesidade e queimaduras. As ações fazem parte de pesquisas desenvolvidas no Programa de Mestrado e Doutorado em Biociências e Saúde da Unioeste, no Campus de Cascavel.

Essas ações também fazem parte do rol de projetos expostos no 36ª Show Rural Coopavel, evento que abriu oficialmente o calendário do agronegócio nacional, em Cascavel, no Oeste do Paraná, de 5 a 9 de fevereiro. A Unioeste está com um espaço de exposição no evento, um dos mais importantes na área tanto no Brasil como no exterior.

Os estudos são desenvolvidos por professores e técnicos no LABEF (Laboratório de Biologia Estrutural e Funcional) da Unioeste em parceira com as Universidade Estadual de Maringá, UNESP de Rio Claro, Unipampa e Universidade Federal do Paraná, juntamente com alunos da graduação e da pós-graduação.

Os projetos visam, respectivamente: pesquisar formas de ação e prevenção de doenças que atacam o bicho-da-seda e que trazem prejuízos para toda a cadeia produtiva e os efeitos biológicos de uma proteína extraída do casulo, a sericina, em doenças que comprometem a saúde humana. Além disso, objetivam a promoção de conhecimento sobre este importante inseto social e da cadeia sericícola. Já a outra linha de pesquisa busca entender os efeitos biológicos da cúrcuma em modelo de artrite reumatoide e em suas comorbidades associadas.

A professora doutora Lucinéia de Fátima Chasko Ribeiro explicou que, em suma, os projetos desenvolvidos buscam informações sobre a ação biológica de compostos para a prevenção de doenças no bicho-da-seda e, como consequência, vislumbram o aumento da produtividade de casulos e uma maior renda para os pequenos produtores rurais, onde esta atividade está inserida. Além desse benefício a pesquisadora destaca que com enfoque na sericicultura, o uso da sericina que é descartada no processo industrial do fio de seda, gera impacto ambiental e o seu uso, além de minimizar este efeito danoso, pode representar um valor agregado na industrialização da seda. “Também buscar novos compostos com potencial curativo para queimaduras de pele, um problema de saúde que acomete uma grande parcela da população”, frisa.

A pesquisadora diz, ainda, que há perspectivas futuras para o projeto, uma vez que a ação conta com parceria com a UEM na busca de compostos para o controle de patógenos do bicho-da-seda e visa elucidar o potencial biológico da sericina, neste momento, como tratamento de queimaduras de pele.

Já no projeto com cúrcuma, a pesquisa verifica o potencial dessa planta no tratamento da artrite reumatoide e suas comorbidades, uma doença sistêmica que vem crescendo com o envelhecimento populacional, que além de afetar as articulações, acomete tecidos vizinhos e outros órgãos do corpo, como os músculos e o coração, causando grandes prejuízos de saúde e laboral em seus portadores, afetando diretamente a qualidade de vida.

A professora elucida que, como a artrite é uma doença que ainda não existe cura é de extrema importância buscar alternativas para o seu controle, “uma vez que o tratamento medicamentoso causa muitos efeitos adversos, como os gastrointestinais e ainda geram um grande gasto aos cofres públicos pelo seu tratamento e aposentadorias precoces”.

Na ação, a cúrcuma pode ser um tratamento adjuvante e coadjuvante. “Verificamos que a suplementação com este fitoterápico aliado à prática de exercícios físicos melhora os aspectos morfofuncionais da Artrite reumatoide experimental”.  Assim, as pesquisas desenvolvidas pelo grupo, tem potencial significativo de contribuições no tratamento de doenças que interfere no cotidiano da população.

Até o momento participam dos projetos as professoras doutoras Lucinéia de Fátima Chasko Ribeiro, Rose Meire Costa, Márcia Miranda Torrejais, Ednéia Fátima Brambilla Torquato, Célia Cristina Leme Beu, Angélica Soares e Dr. Gladson Ricardo Flor Bertolini, com apoio técnico de Celeste da Rocha Paiva e Emanuelle Santos Camargo Pratti

Além dos docentes da Unioeste participam docentes pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá, com as doutoras Maria Aparecida Fernandez, Maria Raquel Marchal Natali e Dr. Marcelino Luiz Gimenes; Unesp de Rio Claro, com o doutor Adriano Polican Ciena; Universidade Federal do Paraná, com Katya Naliwaiko e UNIPAMPA, doutor Gustavo Petri Guerra

Os projetos tem a participação dos seguintes alunos:  Ana Caroline Barbosa Retameiro, Leticia Massochim da Silva, Lilian de Araujo Pradal, Mikael Gerson Kuhn, Maiara Cristina Lima de Jesus, Gabriella Lopes Cappellaro, Flávia Heloísa da Silva, Caroline Friedrich, Renan Crespi Haveroth, Matheus Felipe Zazula Loami Robert Moreira Barbosa, Fernando Antônio Briere, Júlia Dorini, Bruno Taiki Takahashi, Jussara Guzzi, Paola Dias Schenberger, João Henrique Herthcapf Plank, Fernando Antônio Briere, Bruno Taiki Takahasi, Luisa Bianca Reis Parode.

Uso da Cúrcuma tem amparo científico

Durante séculos, especiarias foram usadas como medicamentos e, atualmente, seu potencial de cura está novamente sendo investigado, em especial a curcumina, um ingrediente do conhecido curry. É um produto original da Índia e em estudos já publicados em revistas científicas renomadas, a curcumina demonstrou ser eficaz no alívio dos sintomas da artrite reumatoide.

A curcumina é um dos componentes presentes na cúrcuma ou conhecido popularmente como açafrão-da-terra, um membro da família do gengibre. A família do gengibre é composta por mais de 1300 membros e a maioria é considerada planta medicinal, entre elas o açafrão, pimenta e cardamomo.

Estudos sugerem que a curcumina pode ter benefícios em inúmeras patologias, incluindo câncer, problemas de pele (psoríase), doença de Alzheimer, doenças intestinais, inflamatórias, autoimunes e dor crônica.

(Por Mara Vitorino – Unioeste)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)