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Guiana X Venezuela: Em Cascavel equipamentos militares estão prontos e à espera da próxima ordem

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro
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O clima entre a Venezuela e Guiana está cada vez mais tenso. A situação ficou ainda pior após o plebiscito em que os venezuelanos decidiram pela aprovação de anexar a região guianense de Essequibo. A região é rica em petróleo, motivo da disputa entre os dois países. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, está irredutível e disse que vai cumprir as ordens do povo.

 

Agência Brasil
Foto: Reuters/Eduardo Fernando Viloria

A partir de então o Brasil também iniciou movimentação. Vários blindados e outros equipamentos foram encaminhados para a região.

Em nota, o governo não deixa os motivos explícitos. “O Ministério da Defesa informa que ocorre movimentação de blindados do Exército para completar a dotação de material do 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado, localizado em Boa Vista (RR), e recém-criado em substituição ao 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. Essa movimentação já estava planejada e consta do Plano Estratégico do Exército”, disse o comunicado.

Os veículos seriam do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná. Em Cascavel, no 15º Batalhão Logístico, no pátio, a movimentação chama a atenção. Os materiais estão todos em prontidão, aguardando a próxima ordem. O Portal Sou Agro obteve respostas por meio de nota: “Ainda não recebemos ordem para deslocar nenhum material. O Batalhão Logístico de Cascavel está deixando seus materiais aprestados, para caso necessário poder deslocar para onde for necessário. O deslocamento só acontece mediante ordem do Ministério da Defesa”.

Na semana passada, o exército já tinha aumentado o efetivo de militares na fronteira. O reforço do Pelotão Especial de Fronteira de Pacaraima, recebeu pelo menos mais 60 soldados. Além disso, a inteligência da Polícia Federal acompanha detalhadamente os desdobramentos.

Maduro já deixou evidente a intenção dominar o território, e se necessário, com o uso de força para tomar Essequibo. Militares venezuelanos já ocupam a fronteira com a Guiana, que promete resistir.

 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está em campanha pelo ‘sim’ no referendo – Marcelo Camargo/Agência Brasil

ENTENDA O CONFLITO

a uma área de 160 mil quilômetros quadrados (km2) localizada a oeste do Rio Essequibo, que hoje responde por cerca de 75% dos 215 mil km2 do território da Guiana.

A área, rica em minérios e pedras preciosas, está sob controle da Guiana desde que o país se tornou independente, em 1966. Antes disso, era dominada pelo Reino Unido, desde meados do século XIX.

 

Fonte: Agência Brasil

Os britânicos apoiavam seu direito ao território com base no fato de que, em 1648, os espanhóis cederam toda a área a leste do Orinoco aos holandeses. Parte dessa terra foi posteriormente passada pela Holanda ao Reino Unido.

A Venezuela, por sua vez, afirma que o território pertence a ela, já que era parte do Império Espanhol, havia a presença de religiosos espanhóis na área e, segundo ela, os holandeses nunca ocuparam a região à oeste do rio Essequibo. A reivindicação existe mesmo antes de o país se tornar independente, ou seja, quando ainda era parte da Grã-Colômbia.

Agência Brasil
Presidente da Guiana Mohamed Irfaan Ali
Foto: Divulgação/Agência Brasil

A região é conhecida na Venezuela como Guiana Essequiba, ou simplesmente, Essequibo, e aparece atualmente nos mapas oficiais do país como “Zona en Reclamación”, ou seja, um território que está sendo reivindicado.

Sob administração guianesa, Essequibo inclui áreas de seis províncias, das quais duas estão integralmente inseridas ali e três têm a maior parte de suas superfícies localizadas na região reivindicada pela Venezuela.

Além disso, Essequibo inclui uma porção importante da costa guianesa, onde há poucos anos foram descobertas enormes reservas de petróleo e que a Guiana já está explorando, em parceria com companhias como a norte-americana ExxonMobil e a chinesa CNOOC.

NOTA OFICIAL DO EXÉRCITO

O Centro de Comunicação Social do Exército informa que, conforme sua missão Constitucional de Defesa da Pátria, o Exército Brasileiro vem mantendo, através de seu Sistema de Inteligência e de alertas, constante monitoramento e prontidão de seus efetivos para garantir a inviolabilidade de nossas fronteiras. Nesse contexto, foi antecipado um reforço de tropas e meios de emprego militar nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, além disso a 1ªBrigada de Infantaria de Selva, em Roraima, com seu efetivo de quase dois mil militares intensificou sua ação de presença naquela faixa de fronteira visando atender, em melhores condições, à missão de vigilância e proteção do território nacional. Ressalta-se que a evolução do atual Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, orgânico daquela Brigada, para um Regimento de Cavalaria Mecanizado é uma ação estratégica pré-planejada que já constava no Planejamento Estratégico do Exército (PEEx). Esse processo resultará num aumento do número de militares na área, além de viaturas blindadas, as quais serão deslocadas do Sul e do Centro-Oeste do país para Roraima. Tais meios, como as 16 Viaturas Blindadas Multitarefa 4×4 – Guaicurus, serão deslocados para comporem a recém criada Unidade Militar, ao longo do mês de dezembro, com uma previsão de cerca de 20 dias para chegarem à Boa Vista. Atualmente, no lado brasileiro, o movimento na fronteira tem sido normal.

(Com Agência Brasil)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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