Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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Incêndio no Pantanal: Bombeiros afirmam que fogo foi controlado

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Os focos de incêndio no Pantanal sul-mato-grossense foram totalmente controlados, segundo o Corpo de Bombeiros do estado. De acordo com a corporação, as chuvas dos últimos dias contribuiu com o trabalho dos brigadistas que combatiam as chamas em um dos mais ricos e diversificados ecossistemas do planeta.

Apesar dos focos ativos no estado terem sido controlados ainda na terça-feira, 72 bombeiros continuam monitorando a região e fazendo o rescaldo de áreas atingidas pelo fogo a fim de tentar evitar novos incêndios.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a onda de calor que fez as temperaturas dispararem em todo o país atingiu também o Pantanal, onde a baixa umidade do ar favoreceu o surgimento dos primeiros focos, que os ventos fortes das últimas semanas se encarregaram de espalhar.

“Esses fatores associados provocaram uma disparada nos focos de incêndio na região do Pantanal”, explicou a corporação em nota do último dia 16.

Mato Grosso
A chuva dos últimos dias ajudou também os bombeiros de Mato Grosso, onde, até esta terça-feira, havia um único foco de calor ativo, na região do Rio Paraguai, no Pantanal.

Em nota divulgada esta semana, o Corpo de Bombeiros garantiu que 120 bombeiros e agentes da Defesa Civil e do Centro Integrado de Operações Aéreas permaneceriam de prontidão, em oito frentes de combate aos incêndios.

“A não-detecção de um foco de calor não significa que o incêndio está completamente extinto, mas sim que a intensidade das chamas diminuiu significativamente. É por isso que nossas ações não chegaram ao fim. As equipes continuam lá para monitoramento in loco, combate de eventuais pontos de incêndios e rescaldo”, explicou, na nota, o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel Marcos Aires.

Além de mais de uma centena de servidores, a ação mato-grossense exigiu o emprego de aviões, helicópteros, 11 barcos, caminhões-pipa e viaturas. “As pessoas precisam analisar o cenário como um todo e o incêndio no Pantanal precisa ser esclarecido. Mesmo com o grande investimento já feito em todo o efetivo, estamos falando de natureza; de altas temperaturas – que, nas últimas semanas, ficaram acima dos 40 graus – e de um período seco atípico. Tudo isso, somado à vegetação do Pantanal, que possui muito material orgânico, chamado de turfa, faz com que o fogo se alastre no subsolo e não na superfície. Todo esse cenário dificulta o trabalho dos nossos profissionais”, acrescentou o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Alessandro Borges, em outra nota, divulgada no último dia 18.

Ajuda federal
Além da estrutura dos dois estados e de organizações não-governamentais (ONGs), o combate ao fogo no Pantanal contou com auxílio de órgãos federais, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Mais de 300 servidores federais participaram da ação integrada, que também contou com o apoio de cinco aeronaves do ICMBio e, ao mesmo tempo que combatia as chamas, resgatava animais feridos ou que fugiam do incêndio florestal, principalmente nas cercanias do Parque Nacional do Pantanal e da região da rodovia Transpantaneira.

As equipes ganharam ainda o reforço de brigadistas do Distrito Federal e de Goiás. E na tarde do último domingo (19), foram surpreendidas ao avistarem a onça-pintada que ficou famosa ao ser salva, com queimaduras de terceiro grau nas patas, durante os incêndios que destruíram parte do bioma durante os incêndios de setembro de 2020. Na época, o animal passou por um tratamento inovador, à base de células-tronco, voltando a ser solto na natureza em pouco mais de um mês.

Batizada de Ousado, a onça-pintada foi identificada por pesquisadores do ICMBio enquanto descansava à margem de um rio. De acordo com os especialistas, o animal aparenta estar saudável, embora uma das patas dianteiras estivesse inchada, com uma leve escoriação.

Com Agência Brasil

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)