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AGRONEGÓCIO

Acordo entre Brasil e Bolívia deve permitir investimentos no setor de fertilizantes

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

Nesta semana, o ministro Carlos Fávaro recebeu na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília, os ministros de Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina Ortiz e do Desenvolvimento Rural e Terras, Remy Gonzalez, da Bolívia, para discutir a área de fertilizantes, incluindo os investimentos em novas plantas industriais para produção de ureia, localizada entre Corumbá (BR) e Puerto Quijarro (BO), e cloreto de potássio, em Coipasa (BO).

A audiência serviu para dar mais um passo na preparação para a celebração de um acordo bilateral Brasil-Bolívia, que marcará a retomada das relações comerciais, tecnológicas e institucionais.

 

“São pautas importantes para nossa relação comercial e de nossos interesses brasileiros e bolivianos para o desenvolvimento econômico”, destacou o ministro Fávaro.

Durante a reunião, foram apresentados tópicos estratégicos para a segurança alimentar da América do Sul e também dos dois países, principalmente, com acordos para a troca tecnológica, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, salientou que a instituição está à disposição para a troca de conhecimentos e informações entre os dois países. “A Embrapa está pronta para essa parceria Brasil-Bolívia, onde temos experiências nessa área de fertilizantes e que podemos fazer essas transferências de tecnologias e inovações”, relatou Massruhá.

Segundo o secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda, a Bolívia é uma aliada para que o Brasil se torne independente na produção de fertilizantes. “Nós vamos avançar muito com a parceria com a Bolívia, pois ela tem matéria-prima para a produção de fertilizantes. Com essa cooperação, vamos implementar indústrias de fertilizantes tanto no país andino quanto no Brasil para diminuir a dependência externa do nosso país fertilizante, que hoje é quase 90%”, destacou.

O uso de fertilizantes é fundamental ao agronegócio brasileiro, sendo que o principal nutriente aplicado no Brasil é potássio, seguido por fósforo e nitrogênio.

O cloreto de potássio, também conhecido como KCl, é muito utilizado no manejo agrícola brasileiro para aumentar a produtividade no campo. De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 8,7 milhões de toneladas de cloreto de potássio para uso como fertilizante.

Já a ureia é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial como fonte de nitrogênio. No Brasil, a substância é bastante utilizada nas plantações de culturas como arroz, milho, trigo e cana-de-açúcar, entre outras, para adubar o solo e propiciar maior eficiência no plantio. Só este ano, 3,9 milhões de toneladas foram importados.

Participaram da reunião o encarregado de Negócios da Bolívia no Brasil, Horacio Villegas, o vice-presidente Nacional de Operações da Bolívia, Luiciano Montellano, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a diretora de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, Selma Beltrão, o diretor de Promoção Comercial e Investimentos do Mapa, Marcel Moreira, e o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, José Carlos Polidoro.

(Com Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)