Minúsculas e com poder devastador, formigas tiram o sono dos produtores

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Foto: Assessoria/Sindicato Rural de Cascavel

É tanto prejuízo, que o setor produtivo tem se dedicado a estudar como é a vida em um formigueiro. O Sindicato Rural de Cascavel realizou um seminário sobre o assunto e com direito a visita às formigas. 

 

O Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) do Paraná, considera esta como uma praga fora do controle em algumas regiões do Estado. As lavouras de soja têm sido atacadas, e isso quer dizer, que além de preocupações com o solo, com o tempo e com o mercado, os produtores precisam combater as formigas, que apesar de minúsculas tem alto poder destrutivo. O dano mais evidente causado pelas formigas cortadeiras é o corte das plantas, que desfolham áreas agrícolas, reduzindo a produção. Segundo o secretário Executivo do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Valini, as formigas descobriram no trigo um alimento e tanto, o que gerou a investida delas sobre muitas lavouras do Oeste do Paraná.  

Um estudo do IDR aponta que nas áreas de pastagem esses insetos competem com os animais por alimento. Um formigueiro, de 1 a 6 anos, pode consumir de 3 a 7 quilos de forragem por dia. Um ninho adulto da saúva parda, pode consumir até 50% das pastagens de uma área. 

Nos cultivos de cana a perda causada pelas formigas pode chegar a 3,2 toneladas de folha por hectare. Além disso, nas áreas com eucalipto, três ataques sucessivos das formigas podem levar uma planta à morte. O que acontece é que a saúva desfolha o eucalipto e impede a fotossíntese. 

PALESTRA E PRÁTICA

O evento foi realizado em parceria com a Câmara Técnica de Sanidade Agropecuária do Programa Oeste em Desenvolvimento. Na parte teórica da capacitação, a professora de Engenharia Agrônoma da Unioeste Campus de Marechal Cândido Rondon, Vanda Pietrowski, explicou o “modus operandi” dos insetos. “A formiga cortadeira é um problema e tanto na área rural, mas na área urbana os danos também podem ser grandes. Elas são capazes de gerar grandes prejuízos de infraestrutura em obras. Acabar com as cortadeiras é difícil e nem é aconselhável, mas o controle é possível e recomendado”, destaca. 

O grande detalhe é que para executar um plano de sucesso é preciso conhecer o inimigo. É necessário conhecer a espécie, saúva ou quenquén e seus hábitos. 

Operárias da saúva:

  • tamanho de 12 a 15 mm de comprimento;
  • apresentam três pares de espinhos no dorso;
  • seus ninhos podem atingir profundidades de mais de 5 m;
  • os ninhos são caracterizados, externamente, pelo monte de terra solta.

Operárias da quenquém:

  • tamanho de 8 a 10 mm de comprimento;
  • apresentam cinco pares de espinhos no tórax;
  • seus ninhos, geralmente, não apresentam terra solta aparente.
  • O IDR também dispõe de estudos específicos e técnicas de manejo.

DIMENSÕES

Um formigueiro pequeno tem cerca de dois metros quadrados, um médio pode chegar a 20 e acima disso, considera-se um formigueiro grande. O controle pode ser químico, a partir de produtos registrados pelo Estado. Alguns produtos químicos podem ser aplicados na forma de gotículas, formando uma névoa que é introduzida no formigueiro, é a termonebulização. Em um mundo onde a agricultura desempenha um papel vital na nossa sociedade, o conhecimento sobre pragas como as formigas cortadeiras é essencial para a segurança alimentar e o sucesso da agricultura.

Fotos: Assessoria/Sindicato Rural de Cascavel

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Mais Notícias