Foto: Reprodução/IDR-PR

Erva-mate produzida à sombra de Araucária chama atenção em eventos fora do Brasil

Redação Sou Agro
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Foto: Reprodução/IDR-PR

Principal produtor de erva-mate do Brasil, o Paraná está decidido a aumentar a área produtora, os índices de produtividade e as boas práticas que podem contribuir para a abertura de novos mercados de consumo, inclusive internacionais, e para aumentar a renda das famílias. Produto que sustentou a economia paranaense durante 80 anos, mas longe da exuberância do passado, a erva-mate ainda hoje tem importância no agronegócio, sendo a principal fonte de renda para cerca de 40 mil agricultores familiares. Além disso, responde pelo terceiro maior Valor Bruto de Produção na região Centro-Sul do estado, onde é mais presente, atrás apenas da madeira e da soja.

Coordenador estadual do programa de cultivos florestais  do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-Emater), o  engenheiro florestal Avner Paes Gomes observa que o Paraná utiliza o sistema produtivo sombreado por araucária, capaz de garantir mais compostos diferenciados e benéficos. Isso faz da erva-mate paranaense também o produto de maior qualidade do Brasil e dos países produtores vizinhos, Paraguai e Argentina. O desafio dos técnicos que fazem o trabalho de extensão rural tem sido o de capacitar os agricultores em novas tecnologias que proporcionem os melhores resultados da forma mais sustentável e rentável.

Quais as boas práticas da produção de erva-mate?

À frente das indicações para a categoria erva-mate do Prêmio Orgulho da Terra, o engenheiro florestal Avner Paes Gomes explica quais são os principais critérios que estão sendo considerados. “Olhamos para agricultores familiares que tenham a erva-mate como seu principal sustento e que sigam técnicas legais e sustentáveis. Por isso, não devem usar produtos não permitidos, como o herbicida glifosato. O único produto registrado no Ministério da Agricultura contra a broca da erva-mate, conhecido como corintiano, é um  inseticida biológico que usa como base o fungo Beauveria bassiana.”

Outros pontos importantes são a gestão da propriedade respeitando a legislação ambiental, como a proteção das Áreas de Preservação Permanente (APP)  e a manutenção da reserva legal de 20% da área, que deve ser mantida com a vegetação nativa. São importantes ainda a poda não agressiva de ramos e folhas e o espaçamento entre as plantas que garanta bom desenvolvimento, sem concorrência entre as árvores. Gomes explica que ao aumentar excessivamente a densidade do sítio de produção, pensando em aumentar a colheita, o produtor acaba tendo prejuízo, porque as plantas não conseguem chegar ao seu potencial. Um erval sustentável também faz análise de solo para manejo de fertilidade conforme diagnóstico específico.

O resultado é uma erva-mate de alta qualidade, que está sendo levada para eventos internacionais em destinos como os Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Canadá. A erva-mate produzida no Centro-Sul e Sudeste do estado foi inserida pelo Governo do Estado no programa de Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) no final de 2021. A ação é uma parceria entre a Invest Paraná e o IDR-Paraná, com apoio de diversas instituições e órgãos estaduais. Ao serem inseridos no programa, os produtores locais passam a ter acesso a uma série de iniciativas e oficinas de capacitação para saber como exportar seus produtos.

Além dos tradicionais chimarrão e tererê, as indústrias buscam o desenvolvimento de itens para as áreas de cosméticos e alimentos, com foco na geração de emprego e renda. A erva-mate produzida no Paraná somou aproximadamente 763 mil toneladas em 2022, conforme dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (DERAL/SEAB), um crescimento de 6,48% com relação a 2021. Já o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) foi de R$ 1,22 bilhões em 2022, segundo dados do Deral. Os cinco municípios com maior VBP na cultura da Erva-mate são, respectivamente, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Bituruna, Paula Freitas e Prudentópolis.

(Com IDR-Paraná)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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