AGRICULTURA
70% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados
Em menos de 50 anos, o Brasil se tornou um dos principais exportadores de commodities agrícolas no mundo por conta da sua metodologia de cultivo e avanços tecnológicos no campo. Com a estimativa de safra batendo o recorde no mês, o país ainda é extremamente dependente da importação de fertilizantes.
Essa questão se mostrou perigosa na Guerra da Ucrânia, quando a Rússia, um dos maiores parceiros e responsável por 23% dos fertilizantes usados nas lavouras brasileiras, diminuiu a remessa e levantou um sinal vermelho. Diante disso, o Governo Federal criou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), uma política pública que promete, nos próximos 28 anos, incentivar a produção nacional e, consequentemente, diminuir a vulnerabilidade brasileira.
Para Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, uma das maiores indústrias de fertilizantes do país, o estímulo da produção nacional só irá trazer ganhos para a economia brasileira. “Se mantivermos o ritmo de investimentos e aprimoramento de técnicas agrícolas com desenvolvimento tecnológico, recordes serão batidos. Isso consolida a posição de destaque do Brasil no mercado global de produção de alimentos e segurança alimentar”, analisa.
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CULTURAS LÍDERES NO CONSUMO
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, alimentos como soja, milho e cana-de-açúcar, por exemplo, respondem por mais de 73% do consumo de fertilizantes no país. Ainda a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) revelou que mais de 70% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira são importados, sendo as maiores dependências externas do país o Cloreto de Potássio (95%), Nitrogênio (80%) e Fosfato (60%).
A queda nos preços das commodities pode impactar de maneira negativa a exportação do agronegócio ao tornar o produto nacional menos competitivo, já que grande parte do custo da produção deriva do preço do fertilizante importado.
Essa queda de competitividade traz outra consequência que é a possível queda do PIB do país, o que torna o cenário ainda mais preocupante, pois é suscetível à atuação das commodities agrícolas, uma vez que o agronegócio é um dos setores que mais influenciam a economia. Estima-se que a participação deste ano seja de aproximadamente 24,5%.
Dessa forma, o Plano Nacional de Fertilizantes é a melhor saída, uma vez que a política estimula a pesquisa e exploração de fontes minerais brasileiras, além de criar geração de empregos e promoção de oportunidades para a indústria nacional de fertilizantes. Leonardo ressalta que esse incentivo também auxiliará na queda nos preços dos alimentos, ajudando nos investimentos dos produtores, já que a produção de alimentos também será beneficiada.
“Com a deflação, observamos uma retomada significativa do setor, sendo que o maior beneficiado será o produtor rural com seu custo de produção mais eficiente, oferecendo alimentos mais baratos”, afirma Sodré.
(Com Assessoria)