Foto: Envato/Sou Agro

“É uma janela que precisa ser estendida”, diz ministro sobre mudança no período do plantio da soja

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Envato/Sou Agro

Nós mostramos aqui no Portal Sou Agro que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, a Portaria nº 840 que alterou os calendários de semeadura de soja referente à safra 2023/2024 para 21 unidades da Federação. Só que este assunto não agradou em nada o agronegócio, é que a alteração diminui em 40 dias o trabalho dos produtores, o que pode refletir lá no resultado final. Inclusive várias entidades solicitaram o retorno do calendário anterior demonstrando preocupação com o setor.

Mas há uma luz no fim do túnel, durante o Agroleite, em Castro, na região dos Campos Gerais, o ministro da Agricultura e da Pecuária, Carlos Fávaro disse que deve ser implementada a mudança na janela de plantio da soja no Paraná, com o término estendido até 31 de janeiro de 2024. Antes a data estava fixada para 19 de dezembro de 2023. Esse é um dos pedidos dos produtores do Estado, principalmente da região Centro-Sul, que cultiva a soja no final de dezembro e começo de janeiro e produz semente.

“É um pleito legítimo apresentado pelo Governo do Paraná e pela Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), é uma janela que precisa ser estendida para uma região importante, que produz semente e que faz duas safras e meia a cada três anos”, afirmou Fávaro. Segundo ele, os técnicos do ministério passam agora a se debruçar nas exceções, como a paranaense. “Elas serão baseadas na ciência”, disse.

DEBATE NA FPA

Nesta quarta-feira (9) com a intenção de melhorar as condições para o desenvolvimento da cultura da soja, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), solicitou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que o calendário tradicional de plantio do grão continuasse no período de setembro a 31 de janeiro. O pedido já foi acatado pelo chefe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

De acordo com Lupion, o anúncio de mudança no calendário foi um pedido feito também pelas entidades ligadas ao setor agropecuário, que enxergam no tempo maior no plantio da lavoura uma oportunidade desenvolvimento da cultura da soja. Além disso, o presidente da Frente destaca o diálogo da bancada com o Ministério.

“A FPA está sempre atenta às demandas dos produtores rurais. A nossa função é trazer o melhor para quem trabalha pelo setor que é o motor econômico e social do país. A volta para o calendário tradicional, além de ser um pedido das entidades que representam o agro, respeita a importância que a soja tem para o Paraná”, afirmou.

Para outro membro da FPA e, também, deputado federal pelo Paraná, Luiz Nishimori (PSD-PR), a extensão é fundamental por se tratar de uma região, reconhecidamente, produtora de sementes.

“Ficamos contemplados com a manutenção do calendário tradicional, até 31 de janeiro. A bancada sabe da importância que essa alteração tem para o sucesso da safra. Nossas reivindicações foram atendidas graças ao esforço da FPA”, disse.

Na mesma linha, o deputado federal Padovani (União-PR), parabenizou a decisão do ministro Carlos Fávaro e enalteceu o trabalho realizado pela bancada. Para o parlamentar, o diálogo progrediu diante do entendimento das particularidades agropecuárias do estado.

“É preciso parabenizar o ministro Fávaro, mas de forma especial, elogiar a articulação do presidente Pedro Lupion e da nossa FPA. Apoiar os produtores e manter o calendário de plantio da soja no Paraná, fortalece e impulsiona o desenvolvimento da nossa economia agrícola e mostra sensibilidade às realidades regionais”, destacou Padovani.

Já Carlos Fávaro, reconheceu a importância do pleito e disse que o pedido será atendido. “Nós compreendemos que o Brasil é um país continental, com todas as particularidades de um território deste tamanho. Nós padronizamos a calendarização da safra 2023/24, mas sabemos que é preciso, agora, tratar as exceções de forma excepcional”.

TEMA FOI LEVADO A BRASÍLIA NO MÊS PASSADO

Em julho o tema chegou ao debate em Brasília, durante encontro dos sete secretários de Agricultura do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. O secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, avaliou o encontro como positivo. “Reputamos como uma agenda muito boa, qualificada e um bom entendimento por parte do presidente”, disse Ortigara. Segundo ele, as discussões serão reforçadas nos próximos dias, com vistas a ajudar o Brasil a enfrentar os desafios que se colocam na agropecuária. “É o ganha-pão do Brasil, o nosso principal negócio, por isso temos que defendê-lo”, justificou.

O calendário de plantio da soja divulgado recentemente não atendeu os desejos dos dirigentes de entidades do agronegócio e dos produtores. No caso do Paraná foi estabelecido entre 11 de setembro e 19 de dezembro, quando o pedido era que se estendesse até o final de janeiro. O Estado produziu nesta safra 22,45 milhões de toneladas em uma área de 5,78 milhões de hectares. “Levamos ao conhecimento da Presidência da República para haja uma definição final”, explicou Ortigara.

(Com FPA e AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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