Foto: Brito Junior/Câmara dos Deputados

Deputados defensores do agro são retirados da CPI do MST

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Brito Junior/Câmara dos Deputados

Bom, a CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) continua trabalhando para apurar o que tem causado as invasões. Nessa quinta-feira (10) por exemplo, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, será ouvido para discutir, entre outros assuntos, as ações promovidas pelo governo federal no combate às invasões de terras produtivas.

O autor do requerimento de convocação do ministro é o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA). Ele argumenta que houve um crescimento “desordenado” dessas invasões ao longo deste ano e a CPI quer apurar “o real propósito” e os “financiadores” do movimento. “Entendemos que a identificação dos responsáveis é importante, na medida em que eles costumam se eximir da culpa por invasões, argumentando que o movimento age de maneira descentralizada e sem ordem direta”, registrou o deputado em seu requerimento. A reunião está marcada para as 9 horas, no plenário 12.

 

Paralelo a isso, na terça-feira (8) o colegiado da Comissão da Parlamentar de Inquérito sobre as invasões de terras realizou Audiência Pública para ouvir o depoimento de três ex-participantes de acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizados no Sul da Bahia, com o objetivo de esclarecer as práticas e as ações do MST.

O deputado Messias Donato (REPUBLICANOS-ES), disse que a CPI do MST tem trabalhado de forma incansável para trazer esclarecimentos à sociedade brasileira. “A presença dos depoentes é uma oportunidade ímpar que a CPI tem para esclarecer fatos importantes para essa Comissão. O produtor rural não aguenta mais terroristas invadindo fazendas e trazendo terror no campo”, disse o parlamentar que foi retirado da CPI nessa quarta.

Deputado Messias Donato Foto: FPA

RETIRADA DE PARLAMENTARES DA CPI

Só que  um dia depois dessa reunião, onde Messias usou palavras duras contra o movimento, hoje (9) o partido Republicanos determinou a retirada de dois dos seus parlamentares da CPI do MST, um deles é Messias. A decisão ocorre em meio às negociações para o partido indicar um ministro para a Esplanada do atual presidente.

O ofício enviado à Presidência da Câmara dos Deputados pelo líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), diz que os deputados Messias Donato (ES) e Diego Garcia (PR) serão desligados da CPI pelo partido. Os dois parlamentares são integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária. O motivo da decisão não foi revelado.

Nota do deputado federal Messias Donato.

“Tomei conhecimento pela imprensa que fui retirado da CPI do MST nesta terça. Reforço que, durante toda minha participação, sempre me posicionei em favor do produtor rural brasileiro contra todos os ataques realizados pelo MST a quem produz e, também, a pessoas humildes, ao cooptá-los para participar de ações que sequer entendem a razão. Mesmo sendo deputado pelo Espírito Santo, fui à diligência no interior de São Paulo, porque a gravidade com a qual esse movimento terrorista age atinge a brasileiros de norte a sul. Tenho votado contra o PT, porque o que o atual governo não me representa em suas ações, inclusive passando pano para o próprio MST. Seguirei na Câmara defendendo os valores conservadores e de direita, e reforço que os capixabas e brasileiros poderão continuar contando com este deputado federal.”

O deputado Diego Garcia se pronunciou em sua rede social dizendo que: “Estou tomando as medidas necessárias para retornar à CPI do MST e continuar o meu trabalho na comissão. Um trabalho sério que tenho realizado para representar o Paraná nesse tema urgente. Precisamos garantir transparência e justiça a essas invasões absurdas que vêm acontecendo em todo o país”, disse.

CPI
Deputado Diego Garcia também retirado da CPI do MST – Foto: Câmara dos Deputados

Lira anula convocação do ministro Rui Costa pela CPI do MST

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), revogou nesta manhã a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, pela CPI que investiga atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A decisão foi publicada no Diário da Câmara dos Deputados, após Arthur Lira aceitar um recurso apresentado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP) que alegava a falta de um fato determinado que justificasse a presença de Costa perante a comissão.

O presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos-RS), informou “não ter havido qualquer irregularidade” na aprovação do requerimento. O ministro seria ouvido em sessão nesta quarta-feira (9), às 14h, para prestar esclarecimentos sobre o aumento de invasões de propriedades rurais durante seu mandato como governador da Bahia.

DEPOIMENTOS DE EX-PARTICIPANTES DO MOVIMENTO

Com citei anteriormente, os ex-membros do movimento, Elivaldo da Silva Costa – presidente do Projeto de Assentamento Rosa do Prado, Benevaldo da Silva Gomes – ex-participante do acampamento, e Vanuza dos Santos de Souza, ex-participante do Acampamento São João, foram chamados na condição de convocados para prestar esclarecimentos na terça (8).

A solicitação do requerimento para a presença dos ex-integrantes do MST foi apresentada pelo deputado e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Capitão Alden (PL-BA). Segundo o parlamentar, o motivo da convocação foi para prestar depoimento sobre o papel dos líderes do MST e como são as invasões. “Os esclarecimentos desses ex-membros são fundamentais para compreender o funcionamento interno, incluindo o papel de lideranças e o modus operandi durante invasões de terras”, afirmou Alden.

Foto: FPA

A sessão iniciou com o depoimento de Elivaldo, também conhecido como Liva do Rosa, falando que o MST tem “metodologia para captar pessoas na zona urbana” e que há uma “falsa promessa de que eles vão dar a terra”. Ele teria sido “convencido” a participar do MST há mais de 10 anos.

Interrogado pelo relator Ricardo Salles (PL-SP), se o MST busca um perfil específico de pessoas com conhecimento sobre produção agrícola para participar do movimento, o ex-militante afirmou que “isso não importa para o MST”. Liva disse que “o MST quer um RG, um CPF e um título de eleitor e a partir dali começa a doutrinação”.

Foto: FPA

Ao descrever sua vivência durante o tempo que participou do movimento, o depoente afirmou sofreu ameaças, retaliações e também expôs o funcionamento interno do MST no Sul da Bahia, incluindo a atuação das lideranças durante as invasões de terras. “Os assentados são utilizados como instrumento para pressão, recebiam motivos diferentes do que seria o real propósito, e eram forçados a participar dos conflitos”.

Também prestou depoimento nesta tarde, a ex-participante do Acampamento São João, Vanuza dos Santos de Souza. Interrogada pelo relator sobre ter presenciado algum caso de invasão de propriedade organizado pelo MST, a depoente afirmou que sim. “Eu já participei, ocupei a sede da Suzano”, afirmou a depoente. Questionada se as terras da Suzano eram improdutivas, a depoente afirmou que “eram produtivas” e explicou que “os assentados eram orientados a acreditar que os fazendeiros são inimigos e contrários aos movimentos sociais”.

(Com FPA e Agência Câmara de Notícias)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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