Foto: reprodução internet
ESPECIAIS

Fim do acordo que liberava exportação de grãos da Ucrânia pode afetar preços da alimentação mundial

Foto: reprodução internet
Débora Damasceno
Débora Damasceno
Se tem uma coisa que a gente acompanhou por aqui foi a retomada do acordo para exportação de grãos, permitindo o transporte seguro da produção da Ucrânia pelo Mar Negro. Pois bem, o acordo do ano passado chega ao fim nesta segunda-feira (17) depois que a Rússia disse que vai suspender a participação, o que gera preocupação. O acordo, negociado pelas Nações Unidas e pela Turquia em julho passado, visava aliviar uma crise global de alimentos, permitindo que os grãos ucranianos bloqueados pelo conflito Rússia - Ucrânia fossem exportados com segurança.   O último navio deixou a Ucrânia sob o acordo no domingo (16). A invasão da Rússia em fevereiro de 2022 e o bloqueio dos portos ucranianos do Mar Negro fizeram disparar os preços globais dos grãos. Ucrânia e Rússia estão entre os maiores exportadores de grãos do mundo. Quase 33 milhões de toneladas métricas de milho, trigo e outros grãos foram exportados pela Ucrânia sob o acordo. A Rússia notificou formalmente a Ucrânia, por meio da embaixada russa em Minsk, que estava suspendendo sua participação no acordo de grãos do Mar Negro. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres nesta segunda-feira que os acordos do Mar Negro deixaram de ser válidos hoje. "Infelizmente, a parte desses acordos do Mar Negro em relação à Rússia não foi implementada até agora, então seu efeito foi encerrado", afirmou. Ele disse que a decisão de não renovar o acordo não está relacionada a um ataque noturno na ponte entre a Rússia e a Crimeia, que ele chamou de "ato terrorista" e culpou a Ucrânia. Os militares ucranianos sugeriram que o ataque poderia ser algum tipo de provocação da própria Rússia, mas a mídia ucraniana informou, citando fontes não identificadas, que o Serviço de Segurança da Ucrânia estava por trás do incidente. A Rússia ameaçou sair do pacto porque suas demandas para melhorar suas próprias exportações de grãos e fertilizantes não foram atendidas. A Rússia também reclamou que não chegavam grãos suficientes aos países pobres. As Nações Unidas argumentaram que o acordo beneficiou esses Estados, ajudando a reduzir os preços dos alimentos em mais de 20% globalmente. "Assim que a parte russa dos acordos for cumprida, o lado russo retornará à implementação deste acordo, imediatamente", acrescentou Peskov. A Alemanha continua apelando à Rússia para tornar possível uma extensão do acordo de grãos do Mar Negro com a Ucrânia, disse um porta-voz do governo em Berlim. (Com Agência Brasil)

(Débora Damasceno/Sou Agro)