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Em período de seca, suplementação de bovinos é ferramenta para otimizar recursos e custos nas fazendas

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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O baixo valor nutricional da pastagem na época das secas é um fator restritivo para os bovinos nesse período mais crítico do ano. Isso afeta o desempenho de vacas de cria, que não recuperam as condições corporais necessárias para manter o ciclo reprodutivo, e as outras categorias de animais, que apresentam redução na taxa de ganho de peso. Por isso, a suplementação é uma ferramenta fundamental para o pecuarista continuar com resultados positivos em sua propriedade.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a quantidade de proteína presente no período seco nas pastagens é insuficiente para a dieta do rebanho. Nesse sentido, a solução natural para essa questão seria aumentar a ingestão do pasto para suprir os níveis ideais de nutrientes. Porém, a composição da pastagem é alterada neste período e com o aumento no teor de fibra o animal tende a ingerir menos forragem.

“O cenário da pecuária nacional hoje está focado na otimização de recursos, o que acaba influenciando diretamente na receita das propriedades. Melhorar o aproveitamento da pastagem ingerida com o fornecimento de nitrogênio para a microbiota ruminal é uma estratégia eficiente”, explica a Responsável Técnica da Minerthal, Letícia de Souza Santos.

A suplementação mineral proteica surge como uma aliada do produtor nesse processo, em qualquer uma das categorias de criação para corte e leite, pois ela complementa a dieta dos animais com o objetivo de compensar as carências nutricionais caso os animais consumissem apenas pastagem.

Exemplo da cria de primíparas

Quando se fala em matrizes do rebanho, do ponto de vista nutricional, as prioridades da vaca são suprir as exigências de mantença, crescimento (quando tratamos de novilhas) e, por fim, reprodução. Assim, se a nutrição estiver inadequada, a atividade reprodutiva será afetada e, consequentemente, também a última a retornar à normalidade, o que gera prejuízo para os produtores.

Letícia indica que, para conseguir fazer com que a vaca emprenhe, tenha o parto do bezerro sadio e o desmame com peso ideal, é preciso que ela esteja em condições corporais adequadas, sendo necessário redobrar a atenção para a nutrição da matriz para que esse objetivo seja atingido.

“Com o avanço do ano, temos dois elementos que coincidem entre si e podem entrar em conflito, se não houver a adoção de medidas adequadas na fazenda para conciliar as duas etapas a seguir: a época seca do ano e terço final da gestação”, enfatiza a Responsável Técnica.

Caso não seja realizado um manejo diferenciado nestes próximos meses, as matrizes terão parto em escore corporal baixo e apresentarão dificuldade de emprenhar novamente durante a estação de monta. Os bezerros desmamados, por sua vez, perderão peso e entrarão na fase de engorda precisando recuperar a massa perdida, no momento em que deveriam estar prontos para ganhos adequados à sua categoria e época do ano.

Com isso, as implicações serão a piora nos índices reprodutivos das matrizes, como maior intervalo entre partos e menor taxa de prenhez, acarretando a ineficiência do sistema. Além disso, diminuindo a aceleração no desenvolvimento dos bezerros, haverá maior idade ao abate, menor produção de arrobas por hectare ao ano, uso ineficiente da área de pastagem, menor giro do capital e, por consequência, menor lucro.

“A estratégia de suplementação precisa ser traçada de acordo com o perfil da propriedade, animais, pastagem e objetivo de desempenho. Mas é necessário entender que não pode faltar comida para as vacas, uma vez que a suplementação completa os nutrientes que estão faltando no pasto e não a falta de pasto”, alerta Letícia.

A profissional finaliza explicando que existem diferenças estratégicas entre as categorias novilha, primípara e multípara dentro da cria. “As novilhas estão em fase de crescimento e são altamente responsivas ao suplemento mineral proteico. Já para as primíparas, a quem se destinam os melhores pastos, recomenda-se suplementação proteica ou proteico-energética para suprir a exigência de minerais, proteína e energia. Às multíparas, pode-se oferecer um suplemento mineral, com ureia ou com ureia e aditivo”, conclui.

(Com Assessoria)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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