Ataques em armazéns na Ucrânia já refletem no preço dos grãos
Os ataques em armazéns de grãos na Ucrânia já refletem nos preços da soja e do milho, segundo o analista de mercado Camilo Motter avalia que os preços da soja operam em forte alta em Chicago nesta segunda-feira com mais 20 centavos de dólar, a U$ 14,49/setembro.
Na semana passada houve ganhos superiores a 2%. O mercado segue sustentado pelas irregularidades climáticas nos EUA e pelos ataques da Rússia aos portos da Ucrânia no Mar Negro e no Rio Danúbio. A situação no Leste Europeu vem se deteriorando após a saída da Rússia do acordo para escoamento da produção de alimentos da Ucrânia. Os portos da rota alternativa – pelo Rio Danúbio – também foram atacados pela Rússia, dificultando ainda mais a participação da Ucrânia no abastecimento global de alimentos.
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Nos EUA as condições climáticas seguem preocupantes, embora haja previsões para chuvas em vários estados centrais. A onda de calor chegou para valer e muitas regiões, especialmente no Centro-Sul, apontam temperaturas acima de 40 graus. As avaliações indicam que haverá corte da produtividade no próximo relatório de oferta, coisa que o USDA não fez no levantamento de julho.
Já os preços internos da soja seguem impulsionados pelos ganhos apurados em Chicago – atingindo o melhor patamar em diversos meses. De qualquer maneira, boa parte dos ganhos apurados na bolsa norte-americana continuam sendo limitados pelos prêmios e pelo câmbio. As Indicações de compra são apontadas entre R$ 140,00/142,00 no oeste do estado e na faixa de R$ 151,00/154,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do prazo de embarque.
MILHO
Os contratos negociados com milho na Bolsa de Chicago chegam nesta segunda-feira em alta de 21 pontos, a U$ 5,48/setembro. O mercado segue atento nos mesmos dois pontos da semana passada: preocupações com o clima nos EUA e aumento das tensões no Leste europeu. Há previsão de calor intenso nos EUA ao longo da semana em alguns estados mais ao sul, com projeção de ultrapassar os 40°C. Nos estados mais ao norte, estão previstas chuvas para as próximas 24h e as temperaturas são esperadas um pouco mais amenas.
Com os novos bombardeios da Rússia nos portos de Odessa e também em portos que escoam a produção ucraniana pelo Rio Danúbio – sendo a primeira vez que estes portos foram atacados. O escoamento de grãos pelo Rio Danúbio vinha sendo a principal via de exportação da Ucrânia, depois que a Rússia deixou o acordo há pouco mais de duas semanas.
A colheita da safrinha brasileira de milho chega a 44,1%, ante 53,7% do mesmo ponto do ano passado. O levantamento é da consultoria Safras & Mercado. No MT os trabalhos chegam a 74,4%; em GO, 27,7%; no MS, 19,7%; no PR, 12,1% e em MG, 6,2%.
Internamente, com o avanço da colheita, aumenta em muito a disponibilidade. Os preços, porém, contam com suporte das cotações em Chicago. O mercado se mantém calmo. Os produtores passam a sintonizar mais de perto os percalços vividos pela safra dos EUA, bem como a elevação das tensões no Leste Europeu. Dada a grande oferta e necessidade de exportações de pelo menos 50,0MT, o piso dos preços fica dependente das cotações internacionais, do câmbio e dos prêmios.
Indicações de compra na faixa entre R$ 53,00/55,00 no oeste do estado; em Paranaguá, entre R$ 62,00/65,00 – dependendo de prazos de pagamento e, no interior, também da localização do lote.
(Com Granoeste)