POLÍTICA
“Não pode expropriar terra de produtores, isso a gente não vai aceitar”, diz presidente da FPA sobre marco temporal
Há semanas, os olhos estão voltados para o marco temporal de terras indígenas. O projeto que está em tramitação há duas décadas e o texto-base já passou pela Câmara e agora deve ser debatido no Senado e está em discussão no STF.
Mas afinal onde entra o agronegócio nisso? Neste caso, a explicação vem da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O presidente da FPA deputado Pedro Lupion (PP-PR), esclarece que para garantir parâmetros objetivos e a previsão nas relações jurídicas e que o Projeto de Lei não é de cunho ideológico, mas sim de garantia constitucional ao direito de propriedade.
“Estamos falando de áreas urbanas, de municípios que deixariam de existir, caso não haja um marco temporal para se tornar pertencente à terra. É um risco para a soberania do país e temos ponderado isso, inclusive com os ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Em entrevista ao Portal Sou Agro, Pedro falou sobre o acompanhamento da FPA nesta pauta.
“Tem um julgamento que está com pedido de vistas do ministro André Mendonça, nos deu 90 dias para resolver essa questão legislativa. Só que do mesmo jeito que tramitou 20 anos na Câmara dos Deputados, acabou de chegar no Senado, então demanda muita conversa, muita negociação, apresentar esses pontos para os senadores, mas temos uma bancada forte no Senado e estamos trabalhando nesses convencimentos”, detalhou.
O presidente também deu um recado aos produtores rurais que estão preocupados com esse tema.
“Deixar um recado muito claro para os produtores rurais, mas em especial ao STF: Nós não estamos falando nada contra povos originários ou povos indígenas, o que nós queremos é respeito ao artigo quinto da constituição que é o direito de propriedade. A gente não pode expropriar terra de produtores que estão com seu direito adquirido nessas propriedades e simplesmente serem expulsos das suas terras, é isso que a gente não pode aceitar”, explica.
O presidente também deixa claro a importância da FPA para defesa do agronegócio em Brasília.
“A FPA realmente tem essa obrigadação, obrigação de proteger os interesses dos produtores rurais do Brasil em qualquer medida do executivo ou legislativo, como agora estamos fazendo, tentando um Plano Safra robusto com seguro para os nossos produtores e também salvando nossos produtores dessa reforma tributária. É o dia a dia em Brasília pensando no homem e na mulher do campo”, finalizou Lupion.