Divulgação: Iagro
AGRICULTURA

Gado morre de frio em dois estados: prejuízo passa de R$ 3 milhões

Liliane Dias
Liliane Dias

Mais de 1.070 cabeças de gado morreram de frio em fazendas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em dois dias. Os casos foram registrados em fazendas na Nhecolândia, umas das 11 microrregiões do bioma e Rio Verde de Mato Grosso e também em Corumbá, Mato Grosso do Sul. O prejuízo estimado passa de R$ 3 milhões.

Segundo o presidente da Agência Estadual de Defesa Animal do Mato Grosso, Daniel Ingold, casos como esses não são registrados desde 2010, no entanto podem acontecer com animais que estão acostumados com temperaturas mais altas. “Talvez mais animais morram de hipotermia, nos próximos dias”, explicou Daniel.

Nas regiões onde ocorreram essas mortes, a temperatura mínima nos últimos dois dias, foi de 6ºC e máxima de 9ºC.

Ainda de acordo com Danial Ingold, não há muito o que fazer, além de tentar abrigar os animais em locais mais quentes e com serragem.

Condições climáticas adversas

Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam que a madrugada desta sexta-feira (16) registrou temperaturas de 11°C em Corumbá, com sensação térmica ainda mais baixa, atingindo 9°C. Essas marcas históricas confirmam a severidade do frio que castigou a região do Pantanal sul-mato-grossense. Apesar de o frio continuar neste fim de semana, a expectativa é de que as temperaturas comecem a subir a partir da próxima segunda-feira (19), marcando a transição do outono para o inverno.

Pode o frio matar o gado?

O médico veterinário, Fáber Monteiro, postou vídeos nas redes sociais, e disse que esteve em algumas fazendas logo após a morte dos animais no estado do Mato Grosso. Segundo ele, os animais que morreram são da raça Nelore, que tem características não adaptáveis ao frio intenso. “É natural que as temperaturas no estado do Mato Grosso fiquem na média de 38 a 40 graus. Com a chegada da frente fria, teve algumas regiões com temperaturas de 9º ou até menos”, ressaltou o veterinário.

Ainda segundo o especialista, “A raça nelore é de origem asiática onde tem características de altas temperaturas, diferente da região Sul onde tem animais provenientes de raças de origens europeias.”

Outra característica dos locais onde as mortes dos animais ocorreram na semana passada, é de locais com alta umidade na pastagem, principalmente na área de região pantaneira.

A orientação do médico veterinário é que os pecuaristas, nesta fase de frio intenso, remanejem o gado para áreas que tenham menos umidade. Isso deve evitar novas mortes.

 

(Liliane Dias/Sou Agro)