Dados atualizados: quase 3 mil animais morreram por conta do frio no MS

Liliane Dias
Liliane Dias

O Mato Grosso do Sul registrou novas mortes bovinas em decorrência do frio no estado. Agora  já são mais de 2.500 cabeças de boi que não resistiram as baixas temperaturas e o prejuízo passa dos R$ 10 milhões, segundo informações da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro).

Há poucos dias mostramos aqui no Souagro as primeiras mortes de gado em decorrência do frio nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O primeiro levantamento apontava prejuízo de cerca de R$ 3 milhões pelas mortes de 1.070 animais.

E como o inverno está apenas começando a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) estão reforçando a orientação aos produtores pare evitar mais perdas. Em algumas fazendas ações simples como ter fogueiras são eficazes para aquecer os animais.

A mortalidade de animais por hipotermia pode variar conforme o estado nutricional/escore corporal dos animais, da presença de abrigos para proteção (naturais ou artificiais), da idade e raça dos animais acometidos, da distribuição das mortes nos diferentes pastos da propriedade e localização dos cadáveres dentro de um mesmo pasto.

Os animais de criação são suscetíveis a temperaturas extremas, sendo esses eventos definidos por dois parâmetros:

  • o limiar de temperatura, que caracteriza a intensidade do calor ou do frio,
  • a duração, que é o número de dias consecutivos com temperaturas diferentes do limiar.

Em nota a Iagro informou que “as variações térmicas podem ocasionar tanto efeitos imediatos como tardios na saúde dos rebanhos, podendo ser intensificada quando a exposição a tais condições é prolongada”.

Algumas medidas podem servir como fator de proteção e maior conforto térmico para os animais a campo, como:

  • recolher os animais em piquetes
  •  invernadas com capões de mata que servirão de proteção aos animais contra os ventos gelados e as temperaturas a céu aberto; em piquetes
  •  invernadas com barreiras naturais ou artificiais que sirvam de barreiras para amenizar as correntes de ar geladas
  • evitar deixar os animais em invernadas localizadas ao longo de corpos de água
  • procurar abrigar os animais debilitados ou mais sensíveis em piquete ou curral próximos (para melhor suporte desses)
  • cuidar da suplementação do rebanho devido a danos provocados pelas baixas temperaturas às pastagens (forragens, volumoso ou concentrados)

Com relação a quantidade de animais mortos por município, Nova Andradina (578 animais) teve a maior quantidade de animais mortos seguido de Batayporã (396 animais), Aquidauana (386 animais) e Rio Verde de MT (368 animais), conforme tabela abaixo.

REMOÇÃO

Com relação aos animais mortos, a remoção deverá ser feita o mais rápido possível, de modo a evitar danos resultantes da putrefação dessas carcaças, como é o caso do botulismo, uma toxinfecção ocasionada pela ingestão de toxinas produzidas pela bactéria do gênero Clostridium em condições de anaerobiose, entre outras enfermidades.

A legislação brasileira preconiza alguns métodos para destinação de carcaças de animais mortos visando a prevenção da poluição do ar, solo, água, proteção a mananciais e manejo adequado de resíduos. Alguns são utilizados por produtores mais frequentemente, como o enterrio das carcaças no ambiente, devido ao menor custo.

A técnica de enterrio possui variações, no geral é cavada uma cova de 1 a 1,2 metro de profundidade, sendo que a largura e o comprimento devem ser adequados ao tamanho e ao total de animais mortos.

Outra forma de destinação bastante utilizada é disposição das carcaças no ambiente (cemitérios), opção de menor custo e menos trabalhosa, porém, como o animal morto fica em vala aberta, a carcaça fica acessível a ação de animais carniceiros e predadores.

Nesse tipo de descarte, o risco de transmissão de doenças é alto, pode haver contaminação do solo e água, há risco de organismos patogênicos ficarem dispersos no ar, e para certas situações, as possíveis doenças ‘causa mortis’ ficam sem controle efetivo.

O descarte de animais mortos também é feito através da queima das carcaças utilizando materiais combustíveis como: palha, galhos de árvores e restos de madeira em geral.

(Com Iagro)

(Liliane Dias/Sou Agro)

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