Foto: Assessoria

Crescimento da produção de suínos é aliada à responsabilidade ambiental

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Com o foco no crescimento da produção de boas matrizes e na criteriosa seleção genética de suínos, uma marca brasileira localizada em Jaguariaíva, na região dos Campos Gerais do Paraná, alia, há mais de três décadas, o crescimento da sua produção à responsabilidade socioambiental e à ética. A prática envolve os conceitos de sustentabilidade, governança e gestão na sua estratégia de negócio.

A unidade produtora desenvolve, ao longo dos últimos 30 anos, diversas atividades que evidenciam o que hoje é conhecida como economia circular. Seus conceitos e fluxos resultam em uma cadeia que descarta e extrai menos recursos naturais e reutiliza e recicla mais, com foco sempre na otimização dos processos.

Na TopGen essa estratégia de crescimento se inicia na alimentação dos suínos, pois os principais insumos para a ração dos animais, no caso os grãos, são cultivados na própria fazenda em sistema de plantio direto. Segundo a proprietária, Beate von Staa, a grande vantagem da técnica é a conservação do solo, pois a palhada remanescente da colheita forma uma cobertura de matéria orgânica e esta, além de auxiliar na retenção de umidade, promove a proliferação da microfauna (minhocas) que acaba auxiliando na melhor penetração da água no solo, reduzindo erosão e melhorando a retenção de umidade. “Por não ter a necessidade de fazer gradiação, que é o método convencional, preserva-se a microfauna, a umidade e matéria orgânica do solo”, reforça.

Ao eliminar a necessidade de fazer a gradiação, além de proporcionar melhor resposta no processo de germinação das sementes, há uma importante economia de custos e crescimento na produção. “Após as culturas de verão realizamos o cultivo de sorgo e triticale que contribuem para que a propriedade seja autossustentável na alimentação dos suínos”, destaca Beate.

Depois dos grãos colhidos, antes de serem armazenados nos silos, eles passam pelo processo de limpeza onde são separadas as impurezas provenientes da própria lavoura. Estas cascas, folhas e galhos, também são reaproveitadas e retornam à lavoura como matéria orgânica e ajudam na cobertura do solo.

Secagem dos grãos

A etapa de secagem reduz a umidade do grão para permitir uma armazenagem segura nos silos. Afinal, o excesso de umidade contribui para a proliferação de fungos, o que prejudica a qualidade do insumo para fabricação da ração dos animais, provocando sérios prejuízos na criação. No caso da TopGen, a secagem dos grãos ocorre na propriedade, o que torna a gestão mais vantajosa em termos de custos e fluxo de produção, pois reduz o deslocamento de caminhões por não levar os grãos à unidade de secagem externa.

Entretanto, nem todos os produtores dispõem de uma secadora própria e precisam enviar a produção para secar em outro local, retornando, posteriormente, para a fabricação da ração ou já como ração pronta, o que contribui com a emissões de carbono. “Aqui plantamos, colhemos, limpamos, secamos, armazenamos nos silos, tudo dentro da estrutura da propriedade, sem necessidade de transporte externo”, reforça a proprietária.

Após este processo de colheita, limpeza e secagem, os grãos seguem para a fábrica de ração, também localizada na propriedade. Ali as dietas são formuladas, de acordo com as necessidades nutricionais de cada fase dos suínos, e são servidas aos animais nos cochos. Em seguida, inicia-se outra etapa importante do processo produtivo e que evidencia a adoção de princípios de responsabilidade socioambiental e economia circular, que é o tratamento de dejetos da suinocultura.

As baias onde os suínos ficam alojados possuem canaletas em suas laterais, por onde passam os dejetos que saem por debaixo do piso. Estes dejetos são conduzidos para uma caixa de separação na área externa. “A rápida saída dos efluentes contribui para evitar o acúmulo de gases e o desconforto dos animais e dos colaboradores. Na caixa separadora ocorre uma retenção onde materiais indesejados são retidos. O líquido segue para o biodigestor onde permanece por cerca de 30 dias”, detalha Beate.

Após esse período, o efluente é despejado na lagoa já pronto na forma de adubo líquido e retorna para a lavoura como fertilizante por aspersão no sistema de fertirrigação. Cumpre destacar que esse adubo é menos ácido e contribui para a produtividade dos cultivos da safra seguinte. Portanto, além de representar uma economia na compra de fertilizantes químicos, evidencia a otimização de processos, a reciclagem dos recursos (efluentes) e a redução de desperdícios. “Aqui se encerra o ciclo, dando início ao próximo no qual começa tudo de novo”, diz a proprietária

Economia e sustentabilidade

De acordo com Beate, alcançar esse padrão de eficiência e de crescimento que sua propriedade atingiu não é fácil, é um trabalho contínuo de muitos anos. O segredo é conseguir ter “dentro de casa” o controle da maior parte possível das etapas do processo produtivo, sendo a economia um dos pilares da sustentabilidade. Assim, a eficiência econômica aumenta juntamente com a qualidade daquilo que está sendo produzido. “Por isso temos muita organização na nossa gestão e o desafio é manter tudo girando, e o nosso objetivo é reaproveitar tudo, as sobras de uma etapa como insumo para a próxima, dando continuidade ao fluxo e à economia circular”, finaliza ela.

Com Assessoria

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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