AGRICULTURA
Comissão incentiva mais sustentabilidade na produção brasileira de cacau
Em 2023, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) comemora 66 anos de desenvolvimento sustentável do cacau, baseada, principalmente, em sistemas agroflorestais no Brasil. Com modelo de atuação de referência, inclusive internacional, a Ceplac reúne vasto conhecimento na cadeia de valor do cacau, especialmente nos biomas da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica.
Vinculada à Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI/Mapa), a Comissão atua como agente de pesquisa para a organização, a gestão de processos mais modernos e a melhoria na cadeia produtiva da cacauicultura. A partir de políticas públicas, orienta a geração de inovação e a difusão e transferência de tecnologia ao setor produtivo do cacau.
“Com forte atuação na promoção do desenvolvimento sustentável das regiões produtoras de cacau do Brasil, a Ceplac é parte importante do sucesso envolvendo a lavoura cacaueira e é protagonista da sua recuperação e expansão. Com foco em territórios e suas particularidades, a Comissão desenvolve projetos, planos e ações que contribuem para o aumento da produtividade e da qualidade do cacau, conservando o meio ambiente e gerando emprego e renda às famílias”, comenta a secretária da SDI, Renata Miranda.
Uma dessas políticas, com o objetivo de certificação do produto proveniente de sistemas agroflorestais com cacaueiros (SAF-Cacau), promove a neutralização das emissões de carbono. Com a marca-conceito Cacau Carbono Neutro Brasil, a Ceplac estimula a adoção de práticas e tecnologias que não só garantem, mas também quantificam o sequestro de carbono e a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Especialmente no processo de produção, a neutralização do carbono se torna um diferencial para o produtor, agregando valor às amêndoas e com potencial de diferenciar, também, os produtos derivados do cacau, como o chocolate, estimulando, assim, toda a cadeia produtiva.
No Pará, um estudo realizado pela Universidade Federal do Pará em parceria com o Centro de Pesquisa do Cacau da Ceplac relatou que no sistema agroflorestal com cacaueiros que foi estudado foram sequestradas 124 toneladas de carbono por hectare. O SAF é uma das tecnologias mais bem-sucedidas para o plantio de cacau em diferentes regiões, mesmo naquelas onde a árvore não ocorre naturalmente, sendo possível utilizar o mesmo solo para plantação de árvores ou o seu manejo em associação com culturas agrícolas.
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