AGRONEGÓCIO
Brasileiros podem deixar de comer feijão regularmente até 2025
#sou agro| Se as tendências atuais para o consumo de feijão no Brasil se mantiverem, o alimento vai sair da dieta básica da população e deixará de ser comido regularmente até 2025. A conclusão está em uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, que alerta também para as consequências negativas que a mudança de dieta pode causar às famílias brasileiras.
Os estudos são de autoria da pesquisadora e nutricionista Fernanda Serra e foram desenvolvidos ao longo de um doutorado em saúde pública na Faculdade de Medicina da UFMG. Ela levantou dados que demonstram queda na frequência semanal com que o feijão aparece no prato de adultos e adultas e observou substituição da alimentação natural por ultraprocessados.
- Livre da gripe aviária, Brasil tem mais oportunidades de mercado e aumenta prevenção
- Projeto busca reduzir em até 30% o consumo de água na irrigação das hortaliças
Desnutrição e obesidade
A pesquisadora concluiu também que a diminuição no consumo de feijão está associada ao ganho de peso e a um estado nutricional insatisfatório. Quem não consumiu o produto teve 20% mais risco de obesidade e 10% mais chances de desenvolver excesso de peso. Já o grupo em que o consumo ocorreu cinco ou mais vezes por semana apresentou 15% menos obesidade e 14% menos sobrepeso. Piora o cenário o fato de que o alimento tradicional vem sendo substituído por utraprocessados, produtos com pouco ou nenhum valor nutricional. "Esse consumo não regular acaba sinalizando essa substituição por opções não saudáveis. Seriam os industrializados, especialmente os ultraprocessados, que apresentam elevada quantidade de calorias - com pouco ou quase nenhum valor nutritivo - e já foram identificadas várias evidências científicas associadas ao ganho de peso e a esse risco de excesso de peso e obesidade. Ou seja, eles geram uma piora da qualidade da dieta, com prejuízo para a saúde", alerta Fernanda Serra. (Com agências)