Foto: reprodução internet

Apesar das dificuldades com o tempo, expectativa de produção de milho se mantém em alta no Brasil

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Apesar das dificuldades com o tempo, expectativa de produção de milho se mantém em alta no Brasil, assim como os preços.

Ainda que os atuais preços do milho estejam em patamares inferiores aos registrados no início de 2022, a oferta mundial enxuta, o ritmo forte das exportações brasileiras e os baixos estoques de passagem vêm dando sustentação às cotações domésticas desde o segundo semestre de 2022.

Neste começo de ano, o setor está atento às perdas de produtividade previstas para as lavouras de primeira safra, sobretudo do Sul do País, mas também à possibilidade de colheita recorde na segunda safra. Mesmo com o consumo doméstico também recorde, é de se esperar excedente elevado, o que, por sua vez, deve manter as exportações de milho em volumes históricos em 2023.

Para a primeira safra, o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina vêm prejudicando o desenvolvimento das lavouras. Por enquanto, a Conab aponta produção de 26,46 milhões de toneladas, 6% acima da temporada anterior, mesmo com a redução em 3% da área, mas estes números devem ser ajustados negativamente. O consumo segue crescente, estimado em 80,8 milhões de toneladas na safra 2022/23, 7,7% superior à temporada passada, um recorde.

A demanda interna vem sendo impulsionada pelo consumo animal e pelo processamento para produção de etanol. A soma da produção do milho verão ao estoque de passagem, estimado pela Conab em 5,28 milhões de toneladas ao final de janeiro/23, é de 31,7 milhões de toneladas, o que representaria 39% do consumo doméstico, inferior aos 42% da temprada anterior.

Para a segunda safra, por enquanto, a Conab estima aumentos de 5% da área em 2022/23 e de 6,3% da produtividade, o que resultaria em produção de 96,27 milhões de toneladas, 10,37 milhões de toneladas a mais que a anterior. Para a terceira safra, a área é estimada em 660 mil hectares pela Conab e a produtividade está prevista para ser 6% maior, podendo elevar a produção para 2,33 milhões de toneladas. Com isso, a produção total em 2022/23 é projetada em 125,06 milhões de toneladas pela Conab. Em Mato Grosso, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) indica produção em 46,41 milhões de toneladas na segunda safra 2022/23, 5,8% superior ao da temporada passada, resultado de aumentos de 4% na área e de 2% na produtividade.

No Paraná, a Seab/Deral indica redução de 3% na área da segunda temporada, mas elevação de 18% na produtividade, o que resultaria em oferta de 15,37 milhões de toneladas, 16% maior que a anterior. Diante disso, considerando-se os estoques iniciais, importação e produção total, a disponibilidade interna da temporada 2022/23 ficaria acima de 133 milhões de toneladas de acordo com a Conab. Destes, 80,8 milhões de toneladas devem ser consumidas internamente. Assim, o excedente interno superaria 50 milhões de toneladas, sendo o maior nos últimos anos.

Esse cenário de elevada disponibilidade somado aos preços competitivos do milho brasileiro no mercado internacional devem continuar favorecendo as vendas externas – as exportações estão estimadas em 45 milhões de tonelada, um recorde.

Com a expectativa de redução na produção de importantes produtores, o Brasil deverá ser o segundo maior exportador, com 48,5 milhões de toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 51 milhões de toneladas. Para a Argentina, principal concorrente regional das exportações brasileiras, a Bolsa de Cereais indica redução de 5% na área cultivada de 2022/23, devido à seca severa, com produção estimada em 55 milhões de toneladas.

Com Cepea

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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