Foto: BRDE

Empresas buscam reduzir impactos climáticos com produção de energia limpa e renovável

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: BRDE

Cada vez mais empresas buscam reduzir impactos climáticos com produção de energia limpa e renovável. Operações voltadas à produção e ao consumo sustentáveis são destaques dos financiamentos feitos pelo BRDE (Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul).

Em 2022, o Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assumiu o compromisso em ampliar o financiamento de projetos que aderem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

A meta foi alcançada já no segundo semestre do ano passado, quando o banco atingiu quase 80% de aderência aos ODS em suas contratações. O destaque são para as operações voltadas à produção e consumo sustentáveis, redução de impactos climáticos e geração de energias limpas e renováveis.

É o caso da empresa agrícola de Fábio Schmidt, a Protecta, que pretende neutralizar até 80% do consumo de energia com a construção de um biodigestor.

Fundada por João Conrad Schmidt, o negócio de agricultura familiar hoje administrado por seu filho, Fábio Schmidt, fica localizado no município de Ipiranga, nos Campos Gerais. A família tem produção de grandes culturas e sementes, faz armazenagem, além de criar bovinos e suínos, entre outras atividades agropecuárias. O grande volume de produção gera um gasto energético alto, o que despertou em Fábio o interesse por procurar alternativas mais sustentáveis e vantajosas economicamente.

“Até então, utilizávamos a fertirrigação para garantir uma adubação mais orgânica e sustentável para nossas lavouras, mas por termos áreas distantes de produção, não conseguíamos levar todo fertilizante até lá e isso acabava não atendendo as nossas expectativas”, explicou. “Foi então que começamos a procurar soluções e conhecemos o Banco do Agricultor Paranaense, a subvenção das taxas de juros para projetos de energia limpa e, como nós temos essa parte de recepção de grãos, secadores e produção de sementes que demanda muita energia, tentamos viabilizar o projeto do biodigestor”.

A criação de suínos e bovinos produz estercos que são jogados em uma lagoa de decantação. A parte mais pesada do dejeto desce e cria uma espécie de lodo. Em cima, surge um caldo de matéria orgânica. A fermentação da matéria orgânica decantada gera gases de efeito estufa que, se lançadas para a atmosfera, prejudicam o meio ambiente. O projeto do biodigestor consiste em bloquear a passagem desse ar por meio de uma superfície na qual é instalado um condutor desse gás inflamável para um gerador movido a gás biometano e, assim, gerar energia elétrica. Além disso, os resíduos orgânicos são utilizados como fertilizantes na produção agrícola.

“Com isso, nosso objetivo é neutralizar de 70% a 80% as contas de energia com produção própria e, junto, aproveitar o resíduo do biodigestor para levar essa concentração de nutrientes para as lavouras mais distantes que não conseguíamos atingir anteriormente e usar as compotas orgânicas como fertilizantes nas áreas de pastagem”, afirmou Fábio.

O crédito

O projeto foi aprovado pelo BRDE no final de 2022 e está em fase de construção. O agricultor, que está otimista com a conquista, considera que o apoio do banco foi fundamental para resolver as questões energéticas e ambientais da propriedade. “Essa possibilidade de ter prazo compatível e taxa de juros equalizada para geração de energia limpa foi essencial para conseguirmos atingir nossas expectativas”, acrescentou.

“A pulverização de recursos permitiu que médios, pequenos empreendedores pudessem investir em mais projetos, com a redução dos valores contratados e assim, alavancando não só a economia do Paraná, mas como de todo o Sul, onde o BRDE se consolida no seu papel de desenvolvimento social e econômico da região”, disse o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.

Com AEN

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Notícias Relacionadas