Boletim Climático
Chuva tímida não deve amenizar preocupação com as lavouras de soja no Oeste do PR
#souagro| Nesta semana já mostramos aqui no Sou Agro a preocupação de produtores rurais do Oeste do Paraná com a soja. Acontece que a irregularidade da chuva tem prejudicado as lavouras.
Inclusive recebemos o vídeo de um produtor de Marechal Cândido Rondon, que mostrou a situação da soja plantada no dia 10 de setembro deste ano. “E essa é situação da soja: chuva que falhou e não deveria ter falhado, pé morrendo para tentar encher o grão. A ponteira da planta já se foi faz tempo”, lamentou.
E infelizmente as notícias não são as melhores. A previsão do tempo indicava chuva e isso realmente aconteceu, mas veio muito rápida e em pouca quantidade, mesmo que tenham registros de granizo, foi tudo muito pontual. O agrometeorologista, Reginaldo Ferreira, diz que a chuva sempre ajuda, mas tem muito produtor sofrendo por conta dessa má distribuição.
” Claro que a chuvinha que veio em boa hora, tudo na realidade ajuda e ajuda muito, principalmente o agricultor, principalmente o produtor rural. Então, qualquer gota de água que venha do céu, ela é uma bênção. Não só porque ela na realidade traz água, mas ela traz junto também o fertilizante. De modo geral, boa parte das lavouras estão em boas condições, mas uma ou outra está na condição muito ruim. Então, tem locais que receberam mais de 300 milímetros, com a quantidade de água muito maior do que o esperado, que é 185 milímetro para nossa região. Teve local que não recebeu nem dez milímetros. Isso, na verdade, é muito ruim. Na média, está ótimo, está excelente. Mas um ou outro produtor, tem passado aí um pouco apertado em relação a chuvas em função da localização”, explica.
Segundo o Simepar, em Marechal, onde o produtor gravou o vídeo, choveu apenas 10 milímetros o que não é suficiente para amenizar toda a preocupação dos agricultores.
O meteorologista do Simepar diz que essa instabilidade e possibilidade de chuva deve durar pouco, e em breve o calor volta a predominar.
“A partir da tarde desta quarta-feira (28) há possibilidade de temporais em várias regiões do Estado, especialmente entre as faixas norte e leste, inclusive no litoral paranaense, onde são esperadas pancadas de chuva e trovoadas também no período da noite. Mas instabilidade vai diminuindo. No entanto, ainda há previsão de chuva ao longo da divisa com São Paulo, especialmente entre o norte e o norte Pioneiro e também entre parte dos Campos Gerais e o litoral do Estado nos próximos dias. A instabilidade diminui cada vez mais e o tempo até passa a ficar mais estável, com predomínio de sol e temperaturas apenas um pouco mais amenas no amanhecer, mas com grande amplitude ao longo do dia, fazendo um pouco de calor na parte da tarde, inclusive para a virada do ano”, diz o meteorologista.
VEJA QUANTO CHOVEU NO PARANÁ:
Bom e isso tudo tem nome e sobrenome: La Ñina. Aquele fenômeno que tem sido uma verdadeira pedra no sapato dos agricultores. Afinal, tem trazido muitas incertezas e reflexos no clima, resultando em muita instabilidade. Tudo está desregulado, seja com seca demais ou chuvas em excesso, mas sem distribuição uniforme, ou até mesmo geadas precoces e ela de ficar por aí pelo menos até fevereiro do ano que vem.
“São três anos consecutivos de La Ñina. O fenômeno começou e não terminou. Por conta disso, a chuva não tem uniformidade e os períodos secos são muito grandes”, explica o meteorologista Reginaldo Ferreira.
É importante ficar de olho nas previsões do tempo para acompanhar o que se deve esperar em mais um ano daqueles que têm uma empresa a céu aberto, os agricultores.
“Claro que nesse mês de dezembro, normalmente no verão, você tem chuvas localizadas, mas este ano foi maior ainda. Tivemos também a onda de calor relativamente muito forte, assim como também tivemos o friozinho totalmente fora da época e nós esperamos que nesse próximo mês nós tenhamos uma condição de precipitação um pouco mais normal na nossa região. Pelo menos é o que mostra os dados meteorológicos”, explica Reginaldo.
O QUE É A LA NIÑA?
La Niña consiste em uma alteração periódica das temperaturas médias do Oceano Pacífico. Essa transformação é capaz de modificar uma série de outros fenômenos, como a distribuição de calor, concentração de chuvas e a formação de secas.
Quando a alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico aponta para uma redução das médias térmicas, o fenômeno é nomeado de La Niña, basicamente o efeito La Niña está ligado ao resfriamento das temperaturas médias das águas do Oceano Pacífico, representando exatamente o oposto do fenômeno El Niño, que produz um aquecimento anormal de suas temperaturas.