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Boletim Climático

Chuva tímida não deve amenizar preocupação com as lavouras de soja no Oeste do PR

Chuva tímida não deve amenizar preocupação com as lavouras de soja no Oeste do PR
Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Nesta semana já mostramos aqui no Sou Agro a preocupação de produtores rurais do Oeste do Paraná com a soja. Acontece que a irregularidade da chuva tem prejudicado as lavouras.

Inclusive recebemos o vídeo de um produtor de Marechal Cândido Rondon, que mostrou a situação da soja plantada no dia 10 de setembro deste ano. “E essa é situação da soja: chuva que falhou e não deveria ter falhado, pé morrendo para tentar encher o grão. A ponteira da planta já se foi faz tempo”, lamentou.

 

E infelizmente as notícias não são as melhores. A previsão do tempo indicava chuva e isso realmente aconteceu, mas veio muito rápida e em pouca quantidade, mesmo que tenham registros de granizo, foi tudo muito pontual. O agrometeorologista, Reginaldo Ferreira, diz que a chuva sempre ajuda, mas tem muito produtor sofrendo por conta dessa má distribuição.

” Claro que a chuvinha que veio em boa hora, tudo na realidade ajuda e ajuda muito, principalmente o agricultor, principalmente o produtor rural. Então, qualquer gota de água que venha do céu, ela é uma bênção. Não só porque ela na realidade traz água, mas ela traz junto também o fertilizante. De modo geral, boa parte das lavouras estão em boas condições, mas uma ou outra está na condição muito ruim. Então, tem locais que receberam mais de 300 milímetros, com a quantidade de água muito maior do que o esperado, que é 185 milímetro para nossa região. Teve local que não recebeu nem dez milímetros. Isso, na verdade, é muito ruim. Na média, está ótimo, está excelente. Mas um ou outro produtor, tem passado aí um pouco apertado em relação a chuvas em função da localização”, explica.

Segundo o Simepar, em Marechal, onde o produtor gravou o vídeo, choveu apenas 10 milímetros o que não é suficiente para amenizar toda a preocupação dos agricultores.

O meteorologista do Simepar diz que essa instabilidade e possibilidade de chuva deve durar pouco, e em breve o calor volta a predominar.

“A partir da tarde desta quarta-feira (28) há possibilidade de temporais em várias regiões do Estado, especialmente entre as faixas norte e leste, inclusive no litoral paranaense, onde são esperadas pancadas de chuva e trovoadas também no período da noite. Mas instabilidade vai diminuindo. No entanto, ainda há previsão de chuva ao longo da divisa com São Paulo, especialmente entre o norte e o norte Pioneiro e também entre parte dos Campos Gerais e o litoral do Estado nos próximos dias. A instabilidade diminui cada vez mais e o tempo até passa a ficar mais estável, com predomínio de sol e temperaturas apenas um pouco mais amenas no amanhecer, mas com grande amplitude ao longo do dia, fazendo um pouco de calor na parte da tarde, inclusive para a virada do ano”, diz o meteorologista.

 

VEJA QUANTO CHOVEU NO PARANÁ:

 

 

Bom e isso tudo tem nome e sobrenome: La Ñina. Aquele fenômeno que tem sido uma verdadeira pedra no sapato dos agricultores. Afinal, tem trazido muitas incertezas e reflexos no clima, resultando em muita instabilidade. Tudo está desregulado, seja com seca demais ou chuvas em excesso, mas sem distribuição uniforme, ou até mesmo geadas precoces e ela de ficar por aí pelo menos até fevereiro do ano que vem.

“São três anos consecutivos de La Ñina. O fenômeno começou e não terminou. Por conta disso, a chuva não tem uniformidade e os períodos secos são muito grandes”, explica o meteorologista Reginaldo Ferreira.

É importante ficar de olho nas previsões do tempo para acompanhar o que se deve esperar em mais um ano daqueles que têm uma empresa a céu aberto, os agricultores.

“Claro que nesse mês de dezembro, normalmente no verão, você tem chuvas localizadas, mas este ano foi maior ainda. Tivemos também a onda de calor relativamente muito forte, assim como também tivemos o friozinho totalmente fora da época e nós esperamos que nesse próximo mês nós tenhamos uma condição de precipitação um pouco mais normal na nossa região. Pelo menos é o que mostra os dados meteorológicos”, explica Reginaldo.

O QUE É A LA NIÑA?

La Niña consiste em uma alteração periódica das temperaturas médias do Oceano Pacífico. Essa transformação é capaz de modificar uma série de outros fenômenos, como a distribuição de calor, concentração de chuvas e a formação de secas.

Quando a alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico aponta para uma redução das médias térmicas, o fenômeno é nomeado de La Niña, basicamente o efeito La Niña está ligado ao resfriamento das temperaturas médias das águas do Oceano Pacífico, representando exatamente o oposto do fenômeno El Niño, que produz um aquecimento anormal de suas temperaturas.

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)