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Boletim Climático

O que o agro deve esperar da previsão do tempo nos próximos meses?

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| A La Niña tem sido uma verdadeira pedra no sapato dos agricultores. Afinal o fenômeno tem trazido muitas incertezas e reflexos, resultando em muita instabilidade. Tudo está desregulado, seja com seca demais ou chuvas em excesso, mas sem distribuição uniforme, ou até mesmo geadas precoces, mas o que todo mundo quer saber é: Até quando a La Niña fica? Sirlei Benetti, idealizadora do portal Sou Agro, conversou com Ronaldo Coutinho que é engenheiro agrônomo sobre o assunto e também sobre as perspectivas da previsão do tempo para os próximos meses. Durante uma live muito esclarecedora os dois debateram as condições climáticas.

ASSISTA A LIVE SOBRE A PREVISÃO DO TEMPO:

O que o agro deve esperar da previsão do tempo nos próximos meses?

 

Um dos assuntos debatidos antes da La Niña foi sobre essa instabilidade climática que têm também preocupado os produtores, Coutinho detalhou essa previsão: ” Foi uma ausência quase total do frio, então foi um julho extremamente agradável, mais quente para a época do ano. Em alguns lugares, foi até, na média, o mais quente ou o terceiro mais quente em 50, 60 anos. O que ele fez? Quem plantou o trigo? Mais cedo, ele acelerou que as frutas de clima temperado, a maioria já estava metade ou mais da metade satisfeita com as unidades de frio. Horas de frio também acelerou. Iniciou a brotação. Aqui em casa, por exemplo, teve uma variedade de ameixa que normalmente estaria começando a florescer agora, no final de agosto e meados de setembro. Já perdi os 500 quilos de fruta aqui em casa. Então isso fez também com que as frutas, boa parte das variedades, a maioria, começasse a brotação. Algumas até já já estão com o fruto. Até mesmo variedades mais exigentes de frio estão começando a responder a gosto que ele veio, veio frio. Então começou quente os primeiros quatro dias depois despencou a temperatura e de lá pra cá não parou. Para ter uma ideia, hoje completamos 12 dias seguidos com geada aqui na Serra, nove dias abaixo de zero”, disse Coutinho.

 

E essa irregularidade toda, resulta em muitas incertezas para quem depende das condições climáticas e de acompanhar a previsão do tempo.

“O que está acontecendo? Nós tivemos, por exemplo, maio e junho frio e foi dentro do previsto. Eu esperava o período quente, que podia ser em julho, agosto foi em julho. A diferença é que ele foi longo. Eu esperava algo em torno de duas a três semanas e durou o mês inteiro. Não foram. Chegou se aquele calor absurdo. De modo geral, o Paraná é o que tem, a princípio, uma condição melhor nos três estados. O pior é o Rio Grande do Sul. Santa Catarina, mais próxima do Paraná, um pouquinho melhor perto do Rio Grande Sul. Pior, então, a princípio, entre 10 e 20 de setembro pra frente, a chuva começa a retornar ao Paraná. Então, a saída da soja da parte da chuva não deve ter problema. Talvez até o excesso de umidade seja um problema. Aliado a temperatura baixa, o que preocupa mais é o frio. Se tiver uma estiagem de 15, 20 e 30 dias, ela não consegue recuperar lá na frente. Ou se tiver excesso de chuva, falta de sol e frio, ela também não recupera mais. Ter uma variedade mais longa recupera”, explica Coutinho

 

Tudo indica que a La Niña vai permanecer por um bom tempo e é importante acompanhar a previsão, pois o cenário está em constante mudança.
“Não para de chover. Choveu mil e poucos milímetros entre o final de fevereiro até junho. Depois parou e eu falando que vocês vão pegar água daqui a pouco e estão pedindo água. Daqui a pouco vão pedir sol. Então, isso é o que é característica do El Nino, da La Niña, que é o que é muita irregularidade. E ela vai continuar de maneira ativa até janeiro ou fevereiro. Os efeitos da La Niña vão durante todo o ciclo de 2022, 2023”, disse Coutinho.

Assista a live completa e veja tudo em detalhes sobre as previsões para os próximos meses.

O QUE É A LA NIÑA?

La Niña consiste em uma alteração periódica das temperaturas médias do Oceano Pacífico. Essa transformação é capaz de modificar uma série de outros fenômenos, como a distribuição de calor, concentração de chuvas e a formação de secas.

Quando a alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico aponta para uma redução das médias térmicas, o fenômeno é nomeado de La Niña, basicamente o efeito La Niña está ligado ao resfriamento das temperaturas médias das águas do Oceano Pacífico, representando exatamente o oposto do fenômeno El Niño, que produz um aquecimento anormal de suas temperaturas.

(Débora Damasceno/Sou Agro )

 

(Foto: reprodução internet)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)