AGRICULTURA
Pó de rocha é alternativa para diminuir uso de fertilizantes
#souagro| Nós falamos aqui no portal Sou Agro que o pó de rocha tem se tornado cada vez mais popular e disputado pelos produtores rurais, por conta disso, nós conversamos com um produtor que já utiliza o produto e também com um pesquisador do assunto. A ideia é justamente esclarecer aos produtores interessados em utilizar o pó de rocha, quais são os benefícios e quando o produto deve ser utilizado.
Para explicar de uma maneira bem simples, os pós de rocha são de fato o que o próprio nome diz, é pó retirado das pedras. A diferença é que cada região brasileira tem rochas com suas próprias características. Basicamente essas pedras são moídas e se transformam em um pó fino, e esse pó é cheio de nutrientes que auxiliam uma melhora na qualidade do solo onde é aplicado.
Eder de Souza Martins é pesquisador da Embrapa Cerrados e especialista em agrominerais regionais, ou seja, materiais utilizados na agricultura para fazer o manejo da fertilidade do solo a partir de rochas moídas, especialmente as mais ricas em silício. O pesquisador afirma que o papel principal de produtos como o pó de rocha, é aumentar a produtividade do solo e diminuir o uso de fertilizantes: “Esses insumos o mais importante deles é aumentar a eficiência do uso de nutrientes e melhorar o solo. Isso significa também que a gente vai economizar com fontes solúveis, essas que a gente importa atualmente 85% do uso dessas fontes de alta solubilidade a NPK, nós importamos e a gente precisa de várias estratégias pra aumentar a eficiência e diminuir a necessidade da importação desses insumos e uma das formas é usar esses pós de rocha ricos em silício e também em vários nutrientes. Então ainda precisa de muita pesquisa e muito investimento no setor para o desenvolvimento desses insumos”, detalha o pesquisador.
[caption id="attachment_20986" align="aligncenter" width="471"] Eder de Souza Martins - pesquisador da Embrapa Cerrados e especialista em agrominerais regionais[/caption]
Atualmente os trabalhos de pesquisa sobre os pós de rocha estão no ponto de levar informações de recomendação do uso pelos produtores: “Para isso nós estamos montando uma rede nacional para o estudo dessas fontes em várias condições de solo e também de sistemas de produção agrícola. Uma vez que essas fontes elas são de liberação lenta é necessário estudos longos para se conhecer o que a gente chama de efeito residual e as mudanças que acontecem no solo. Nós já sabemos que esses insumos melhoram o solo, melhoram as características químicas físicas e biológicas e inclusive tem um potencial de aumentar o sequestro de carbono no solo, melhorando o solo inclusive do ponto de vista de eficiência de uso da água e de nutrientes”, detalha Eder.
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