AGRICULTURA
Custo do feijão aumenta para o produtor
Os custos para a produção de feijão aumentaram, contudo os produtores advertem que os preços se mantiveram praticamente estagnados, dois fatores que fizeram com que muitos produtores optassem pelo milho nessa segunda safra.
Para Hernandes Piccoli não foi diferente, “nesse ano diminuiu bastante a área de feijão na segunda safra, devido ao milho estar em um bom preço. Temos a expectativa na questão de preço, porque o feijão não se tem contrato, e vamos ver como está o mercado. Mas hoje está abrindo o leque para outras culturas, como a chia e o gergelim”, conta o produtor.
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Conforme o presidente da IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses), Marcelo Lüders, as expectativas criadas, em relação à quantidade de produção, possivelmente não serão alcançadas. “Acreditamos que ao longo deste ano de 2022, as expectativas que nós tínhamos de ultrapassar as 3 milhões de toneladas vão ser frustradas, vamos ficar abaixo disso”, afirmou o presidente do IBRAFE.
No Mato Grosso, por exemplo, o que antes era cultivado em 300 mil hectares, agora não passam de 200 mil. A preocupação dos produtores é por conta do preço do milho, que está mais atrativo. “É preocupante, porque realmente o milho está em uma situação interessante, em nível mundial o milho está demandando demais. A guerra da Rússia e Ucrânia já afetou a produção de milho da Ucrânia, o que, consequentemente, nosso milho vai aumentar ainda mais a demanda, fazendo com que a oferta fique melhor para o milho”, comentou o diretor executivo da Aprofir (Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso), Afrânio Migliari.
Afrânio ainda explica que o feijão ainda não é uma commodity, por isso acaba oscilando, fazendo com que os produtores se afastem e acabam dando preferência para o milho.
Falta de fertilizantes
O setor ainda sofre com a possível falta de fertilizantes, por conta dos confrontos no Leste europeu. Uma saída seria intensificar os investimentos nos bioinsumos. “Precisamos melhorar o investimento em adubos orgânicos. Outra alternativa é mais distante, que seria o governo fomentar mais as indústrias de fertilizantes no nosso país”, desbafa Migliari.
(Ageiél Machado/Sou Agro com Terra Viva)
(foto: Pão de Açúcar)