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Contrabando de gado entre Brasil e Argentina é foco de operação policial

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| O contrabando de gado vindo da Argentina para o Brasil, foi o foco da Operação Boi Viajante, deflagrada hoje (07) pela Polícia Federal no Paraná e Santa Catarina. As investigações apontaram que aproximadamente 5,7 mil bovinos tenham entrado ilegalmente no Brasil por meio de propriedades localizadas na divisa entre os dois países, o valor estimado ultrapassa os R$ 14 milhões.

AS INVESTIGAÇÕES

O trabalho de investigação durou 20 meses, apontando que cinco criadores de gado teriam introduzido clandestinamente os quase 6 mil animais no mercado brasileiro. Além disso, foi identificado que o grupo criou um sistema em que se simulava a compra de gado de outras regiões do Paraná, como se viessem para as suas propriedades e, com isso, poderiam então expedir a Guia de Trânsito Animal (GTA) para a mesma quantidade de animais que traziam da Argentina.

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A simulação de nascimentos também era feita pelos envolvidos. Em uma das propriedades, o criador declarou que, no período 2 meses, nasceram 50 bezerros, porém nenhum deles era fêmea. Acontece que nos 4 anos anteriores, mesmo com rebanho tendo 50% de vacas, não havia ocorrido nenhum nascimento.

O RISCO

A entrada clandestina de bovinos causa prejuízo aos criadores brasileiros. Além disso, gera grave risco de introdução de doenças como a febre aftosa, já que o Paraná e Santa Catarina são estados “livres de aftosa sem vacinação”, enquanto a Argentina é considerada “livre de aftosa com vacinação”.

A OPERAÇÃO

Com apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná-ADAPAR, cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Foz do Iguaçu/PR, nas cidades de Dionísio Cerqueira/SC e nas cidades paranaenses de Barracão, Bom Jesus do Sul e Santo Antônio do Sudoeste.

 

OS CRIMES

Os delitos investigados são previstos no Código Penal como: contrabando, associação criminosa, falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva, crimes em que as penas máximas somam 18 anos de prisão.

Além do contrabando de gado, um dos suspeitos também é investigado pelo descaminho de vinhos (Operação Formiga III), por isso a Polícia Federal, também dá cumprimento a mandados de busca e apreensão dessa outra investigação no mesmo domicílio.

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Um dos suspeitos também é investigado no crime de descaminho de vinhos argentinos

Neste caso foi apurado que o investigado abriu uma empresa fantasma em Salgado Filho/PR, para emissão de notas fiscais falsas, para acobertar remessas de vinhos argentinos descaminhados. O homem já possui diversas condenações por contrabando e descaminho praticados na região.

Nessa situação os prejuízos causados à Fazenda Nacional com a sonegação de impostos são imensuráveis, já que nas notas falsas constava vinho colonial, mas na verdade eram remessas de vinhos argentinos.  Nesta investigação os crimes em tese cometidos foram de descaminho, associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento ideologicamente falso, com penas máximas que, somadas chegam a 17 anos de reclusão.

(Débora Damasceno Sou Agro com PF)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)