PECUÁRIA
Contrabando de gado coloca em risco áreas livres de febre aftosa
#souagro| No começo deste mês, mais precisamente em 7 de abril, a Polícia Federal no Paraná e Santa Catarina deflagrou a Operação Boi Viajante, com foco no contrabando de gado vindo da Argentina para o Brasil. As investigações apontaram que aproximadamente 5,7 mil bovinos entraram ilegalmente no Brasil por meio de propriedades localizadas na divisa entre os dois países, o valor estimado ultrapassa os R$ 14 milhões.
Depois desta ação surgiram muitas dúvidas sobre a preocupação com doenças nestes animais trazidos para o Brasil sem nenhuma procedência, por isso fomos em busca de uma explicação sobre os riscos que esse tipo de contrabando pode trazer.
[caption id="attachment_22210" align="aligncenter" width="800"] Operação Boi Viajante. Foto: Adapar[/caption]
[caption id="attachment_22209" align="aligncenter" width="800"] Operação Boi Viajante. Foto: Adapar[/caption]
FEBRE AFTOSA
Allan Pimentel, é Gerente de trânsito agropecuário da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). A primeira questão que surge, é sobre a febre aftosa, em maio do ano passado, o Paraná conquistou o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. Mas será que estes casos de ingresso ilegal de gado podem ameaçar isso de alguma maneira?
"A ameaça que pode ocorrer ao rebanho paranaense é um ingresso de animais que são vacinados e que por algum motivo podem carregar o vírus da febre aftosa sem manifestar a doença. Como o rebanho paranaense ele não possui a vacinação, a manifestação da doença irá ocorrer nos animais que não são vacinados que é o caso dos animais do Paraná. Só que não existe relato do vírus da aftosa estar circulando em rebanhos comerciais nas Américas, então não é somente o Brasil que está pleiteando a retirada de vacinação em todos os estados, mas todos os países estão se organizando em relação a isso porque não existe registro do vírus circulando aqui no Brasil. É importante ressaltar que o vírus da febre aftosa ele não está mais circulante nas Américas e a questão principal que o ingresso de animais vindo da Argentina ou de qualquer outra área onde há o controle da febre aftosa é feita através da vacinação, é a apresentação de uma não conformidade com relação a exigência por parte da OIE [Organização Mundial da Saúde Animal] em que não haja um ingresso de animais com status sanitários diferentes do Paraná.", explica Allan.
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