#souagro| As pragas que atingem as lavouras são causa de muita preocupação dos agricultores. Por conta disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiu uma lista com 83 pragas consideradas como de maior risco fitossanitário para o Brasil.
Essa listagem é resultado de um processo de sistematização e hierarquização coordenado pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária. O objetivo principal é subsidiar a priorização das análises das demandas de registro de produtos e tecnologias de controle de pragas, assim como de identificar os temas fitossanitários prioritários com vistas ao direcionamento dos esforços institucionais de regulação e pesquisa, no âmbito federal.
Os nomes das pragas foram obtidos por meio da aplicação do método Analytic Hierarchy Process (AHP), realizado em parceria com o Comitê Gestor do Portfólio de Sanidade Vegetal da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
As pragas foram avaliadas e ranqueadas com base em critérios e respectivos pesos e indicadores, definidos por grupo de especialistas composto por representantes do Mapa, Embrapa, Órgãos Estaduais de Defesa Agropecuária, Anvisa, Ibama, Anater e das Sociedades Brasileiras de Controle de Plantas Daninhas, Entomologia, Fitopatologia e Nematologia.
CLASSIFICAÇÃO
A partir da análise estatística dos resultados obtidos, foi possível classificar as pragas em três categorias de risco: muito alto, alto e médio. A relação definida para cada um dos diferentes grupos de risco foi estruturada considerando a impossibilidade de realizar uma distinção entre o nível de importância ou maior risco de um determinado organismo com relação ao outro.
A LISTA
Como são 83 pragas listadas como as de maior risco, vamos citar as três primeiras da categoria de risco muito alto, mas a lista completa está no fim da reportagem.
Amaranthus palmeri - Conhecida como Caruru
É uma planta daninha exótica de caruru, de crescimento rápido e extremamente agressiva. Relatos indicam que uma planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes. Apresenta resistência aos herbicidas e foi encontrada pela primeira vez no Mato Grosso em 2015. São encontradas comumente nas áreas de produção de grãos.
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Amaranthus palmeri - Foto: Embrapa[/caption]
Bemisia tabaci - Conhecida como mosca branca
As conhecidas moscas brancas têm ação toxicogênica, sendo que os maiores prejuízos são devidos a transmissão de viroses. Para o feijoeiro é transmissor do vírus do mosaico dourado e do mosaico anão. São mais prejudiciais no período do florescimento. Costuma afetas lavouras de Abóbora, Abobrinha, Algodão, Berinjela, Brócolis, Chuchu, Couve, Couve-flor, Ervilha, Feijão, Fumo, Jiló, Mamão, Mandioca, Melancia, Melão, Pepino, Pimenta, Pimentão, Quiabo, Repolho, Soja, Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico, Tomate, Tomate industrial e Uva.
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Bemisia tabaci, conhecida como Mosca Branca - Foto: Embrapa[/caption]
Xanthomonas citri - Conhecida como Cancro cítrico
A bactéria ataca folhas, caule, ramos e frutos nas fases de germinação, crescimento vegetativo e frutificação, sendo capaz de sobreviver por alguns dias diretamente sobre o solo e alguns meses quando está em tecido vegetal no solo. Em tecidos vegetais dissecados livres de solo consegue sobreviver por vários anos. Morre muito rápido quando exposta a luz solar direta. Afeta todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. As partes mais afetadas pelos sintomas são as folhas e frutos, porém todas as partes da planta acima do solo podem ser afetadas. Na parte de baixo das folhas ocorre a formação de pústulas circulares e oleosas, medindo até 1 cm de diâmetro. Com o passar do tempo as lesões aumentam de tamanho e formam pústulas na forma de erupções ásperas elevadas de cor marrom no centro com um halo em volta de coloração amarelada.
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Xanthomonas citri - Foto: Embrapa[/caption]
O QUE SERÁ FEITO
“A relação de pragas hierarquizadas de maior risco fitossanitário materializa o retrato atual dos principais problemas fitossanitários que afligem os produtores nacionais”, destaca a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro. Segundo ela, devido à complexidade de fatores envolvidos, os resultados não devem ser considerados como um ranking único, sem o devido aprofundamento com relação aos diferentes critérios específicos e seus respectivos pesos e correlações.
Além da priorização dos processos de registro de agrotóxicos e afins, o resultado deste trabalho será utilizado como subsídio à tomadas de decisão particularizadas em função dos diferentes objetivos institucionais envolvidos tais como a revisão dos atuais programas oficiais de prevenção e controle de pragas, a atualização dos parâmetros fitossanitários relativos aos padrões de qualidade de sementes e mudas e o realinhamento com relação às prioridades de pesquisa científica.
A publicação sobre a prioridade dos registros de agrotóxicos será feita por meio de ato normativo da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) nos próximos dias.
VEJA A LISTA COMPLETA:
MUITO ALTO
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Amaranthus palmeri
Bemisia tabaci
Xanthomonas citri
Ralstonia solanacearum raça 2
Candidatus Liberibacter asiaticus
Schizotetranychus hindustanicus
Ceratitis capitata
Bactrocera carambolae
Helicoverpa armigera
Spodoptera frugiperda
Tetranychus urticae
Botrytis cinerea
Xanthomonas campestris pv. viticola
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ALTO
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Raphanus sativus
Sclerotinia sclerotiorum
Anastrepha fraterculus
Oryza sativa
Tuta absoluta
Pyricularia oryzae
Costalimaita ferruginea vulgata
Oncideres impluviata
Anastrepha obliqua
Lasiodiplodia theobromae
Myzus persicae
Anastrepha grandis
Commelina benghalensis
Brevipalpus phoenicis
Sporisorium scitamineum
Euphorbia heterophylla
Meloidogyne incognita
Eleusine indica
Echinochloa crus-galli
Frankliniella schultzei
Sida santaremnensis
Liriomysa huidobrensis
Gyropsylla spegazziniana
Cenchrus echinatus
Sternochetus mangiferae
Gonipterus scutellatus
Lolium perene ssp. multiflorum
Senna occidentalis
Fusarium graminearum
Polyphagotarsonemus latus
Diabrotica speciosa
Phyllosticta citricarpa
Rhopalosiphum padi
Digitaria insularis
Neonectria ditissima
Atta ou Acromyrmex
Diaphorina citri
Digitaria horizontalis
Pseudocercospora fijiensis
Hypothenemus hampei
Euschistus heros
Ceratocystis paradoxa
Phakopsora pachyrhizi
Leptopharsa heveae
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MÉDIO
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Empoasca kraemeri
Fusarium oxysporum f. sp. cubense
Cosmopolites sordidus
Leucoptera coffeella
Hedypathes betulinus
Tecoma stans
Dalbulus maidis
Anthonomus tomentosus
Dichelops melacanthus
Hemileia vastatrix
Erinnyis ello
Glycaspis brimblecombei
Fusicladium effusum
Plasmopara viticola
Anthonomus grandis
Aceria guerreronis
Pyrenophora teres
Mycosphaerella musicola
Phaeosphaeria maydis
Sphenophorus levis
Moniliophthora perniciosa
Blumeria graminis f. sp. tritici
Puccinia triticina
Aceria litchii
Peronospora sparsa
Ramularia areola
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Veja a Nota Técnica completa.
(
Débora Damasceno/Sou Agro com
Mapa e
Agrolink)
(Débora Damasceno/Sou Agro)