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Como o Canadá pode auxiliar o Brasil na escassez de fertilizantes

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| De 12 a 15 de março a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina vai estar no Canadá. A viagem é para tratar sobre os fertilizantes, Tereza Cristina terá reuniões com exportadores dos produtos para tentar amenizar a possível escassez causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

fertilizantes

O Canadá é uma das alternativas em conseguir importar mais fertilizantes, já que hoje o Brasil é o quarto maior consumidor global, responsável por cerca de 8% deste volume e é o maior importador mundial. A possível falta de potássio é o que mais preocupa e a expectativa da visita ao Canadá é positiva.

Atualmente cerca de 80% de todo o fertilizante usado na produção agrícola é importado. No caso do potássio, o percentual é de cerca de 95%. A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.

As exportações de fertilizantes da Bielorrússia para o Brasil estão suspensas desde o início de fevereiro por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento desse produto. Desde que soube que a Bielorrússia sofreria sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia, o governo brasileiro vem buscando alternativas para suprir a demanda do setor.

A ministra Tereza Cristina esteve na Rússia no ano passado e no Irã em fevereiro deste ano negociando o aumento de exportações de fertilizantes para o Brasil. A estatal iraniana National Petrochemical Company (NPC) afirmou que o Irã poderá triplicar as exportações de ureia para o Brasil, chegando a 2 milhões de toneladas ao ano. .

Na semana passada a ministra disse que o Brasil tem fertilizantes suficientes para o plantio até outubro e que o governo já trabalha desde o ano passado com alternativas para garantir o suprimento para o setor, no caso de escassez provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

“A safrinha de milho já está acontecendo, então o que precisava de fertilizantes já está garantido. A safra de verão, que será no final de setembro, outubro, é uma preocupação, mas também temos do setor privado a confirmação de que há um estoque de passagem suficiente para chegar até outubro”, disse a ministra, em conversa com jornalistas.

O Brasil já trabalha na busca de novos parceiros para o caso de diminuir o recebimento de fertilizantes da Rússia e da Bielorrusia. Segundo a ministra, o Mapa tem um grupo de acompanhamento que conversa constantemente com as indústrias, com os produtores, com a parte de logística e de infraestrutura. “Temos que ter tranquilidade neste momento e estudar todos os cenários que podem acontecer”, disse.

Além disso, a Embrapa estuda alternativas para aumentar a eficiência do plantio com o menor uso de fertilizantes. Também estão sendo trabalhadas estratégias de fomento e financiamento para aumento da produção de bioinsumos, fertilizantes organominerais, nanotecnologia e agricultura digital. “A agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, e temos que daTodos os postsr as alternativas para ela continuar trabalhando”, ressaltou a ministra.

O governo deve lançar nos próximos dias o Plano Nacional de Fertilizantes, elaborado desde o ano passado em parceria com outros ministérios e com a iniciativa privada, para reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes. “O Brasil precisa tratar esse assunto como segurança nacional e segurança alimentar. Então, esse Plano, que fizemos lá atrás, há um ano, sem prever nada disso, era que o governo pensava que nós deveríamos ter para que o Brasil, que é uma potência agroalimentar, tivesse um plano de pelo menos 50% a 60% de produção própria dos seus fertilizantes”, disse a ministra sobre o plano que deve ser apresentado ainda este mês.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro, com Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)