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“Questão do fertilizante é sagrada”, afirma Bolsonaro
#souagro| O presidente da república, Jair Bolsonaro, se pronunciou sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia durante uma coletiva de imprensa. Bolsonaro falou sobre a preocupação com os fertilizantes, afinal o Brasil importa mais de 80% destes produtos utilizados na produção agrícola, tendo parceria com a Rússia é que um dos maiores produtores do mundo. O conflito atual gera temor no abastecimento: “Para nós, a questão do fertilizante é sagrada. E a nossa posição, como acertada com o ministro [das Relações Exteriores] Carlos França, bem como o senhor Ronaldo [Costa Filho, embaixador do Brasil na ONU] que nos representa no Conselho, é de equilíbrio.”, explicou Bolsonaro.
ASSISTA PARTE DA COLETIVA DE BOLSONARO:
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Para Bolsonaro, é um momento de muita cautela pois o Brasil depende dos fertilizantes: “Porque temos negócios especiais com a Rússia, o Brasil depende de fertilizantes. Estive há pouco conversando com o presidente [Vladimir] Putin, mais de duas horas de conversa, tratamos de muita coisa. A questão dos fertilizantes uma das mais importantes. Tratamos do nosso comércio e, obviamente, ele falou alguma coisa sobre a Ucrânia, que me reservo, como segredo, de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam.”
Para deixar claro, o Itamaraty afirmou que a conversa a qual Bolsonaro se referiu, ocorreu durante visita a Rússia que ocorreu há pouco mais de dez dias.
Bolsonaro também reafirmou que a posição do Brasil é de neutralidade: “nós não vamos tomar partido, vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução.”
O combustível também preocupa: “O preço do petróleo lá fora subiu bastante, oscilou bastante. Isso com toda certeza repercute no mundo todo, então a paz é o melhor caminho para que nós fiquemos livres de uma alta considerável no preço dos combustíveis
Se a guerra se estender Bolsonaro também demonstra preocupação com a questão dos alimentos: “Se ampliar com possíveis barreiras comerciais, o Brasil problema do Brasil vai ser sério. O mundo todo vai ter mais que uma inflação nos alimentos, vai ter desabastecimento e pode ter certeza a maioria dos chefes do mundo pensam da maneira como estou pensando, querem solução do caso, não querem faturar politicamente porque as consequências serão gravíssimas”
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O presidente afirmou ainda que a posição brasileira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não está atrelada a nenhuma potência mundial. “O Brasil faz parte do Conselho da ONU, nossa cadeira não é permanente. Há alguns dias foi votada uma resolução, o Brasil teve uma participação ativa nessa resolução, se vocês tomarem conhecimento, não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin. E essa resolução, pelo que tudo indica, será novamente votada na terça ou quarta-feira. Deixo claro que o voto do Brasil não está definido ou atrelado a qualquer potência, nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção.”
A fala é sobre a reunião da última sexta-feira (25), onde o Brasil e outros dez países votaram a favor de uma resolução que condena a invasão da Ucrânia e pede que as tropas sejam retiradas, mas a Rússia vetou essa medida.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)